A Arte Como Catalisadora da Revolução Social
Artes Plásticas

A Arte Como Catalisadora da Revolução Social




A atriz e escritora Denise Stoklos, o músico Dudu Alves, do Quinteto Violado, e a diretora do IdA, Izabela Brochado, discutem a responsabilidade social da criação artística
Barbara Arato - Da Secretaria de Comunicação da UnB


A arte como catalisadora de uma revolução individual e social. Essa foi uma das lições deixadas por dois expoentes do teatro e da música, em passagem pela X Semana de Extensão da Universidade de Brasília. A estética contemporânea de Denise Stoklos e seu ?teatro essencial? e o som popular do Quinteto Violado, representado por Dudu Alves, convergem na direção de uma arte libertadora e comprometida com a sociedade. ?A arte fala da eterna luta do homem por amor e liberdade?, afirma Denise.
Atriz, escritora e dramaturga, Denise Stoklos acredita no caráter revolucionário do teatro. ?Reapresentando a realidade, o teatro faz uma crítica do status quo?, diz. ?Há esse caráter político: não temos como apresentar uma questão sem que haja uma mudança total no sistema?, completa. Em seus espetáculos, Denise busca temas universais e relacionados às inquietações da natureza humana. Um exemplo disso é a peça Um Fax para Colombo.

No espetáculo, a chegada de Colombo às Américas representa a aniquilação das culturais locais, o que pode ser compreendido em qualquer lugar do mundo. ?Quando descobrimos nossas idiossincrasias, tendemos a sufocá-las com um dado de fora, como aconteceu com a cultura indígena e acontece no mundo inteiro?, diz.
Denise também compartilhou a experiência do chamado ?teatro essencial?, a noção de que é o ator é a única parte indispensável do espetáculo. ?Podemos fazer teatro sem iluminação, sem figurino, sem cenário. Mas sem o ator, jamais?, diz. Denise Stoklos afirma que, no fim das contas, quem faz a peça no teatro essencial é o público. ?O ator é um instrumento. O público precisa identificar-se com as situações e os sentimentos para dar validade a tudo?, explica.

Para Dudu Alves a perca do referencial artístico é como perder a língua pátria

Já o músico Dudu Alves, tecladista do grupo pernambucano Quinteto Violado, defende que a arte precisa ser uma referência para as pessoas. ?Temos uma mídia que impõe gostos e ritmos passageiros, que não refletem a riqueza da cultura do país?, diz. ?Perder nossa essência cultural é como perder nossa língua pátria?, completa. Pensando nisso, Dudu e seus colegas criaram a Fundação Quinteto Violado. A ideia é disseminar a música popular para quem não tem acesso. ?Levamos registros de apresentações, pesquisas e histórias a alunos de escolas públicas e particulares, além de universidades?, conta Dudu.

?Queremos despertar a curiosidade artística dessas pessoas, que muitas vezes não conhecem o que é feito na própria região onde moram?, explica. Dudu está no Quinteto Violado há 20 anos e se diz um autodidata. Ele também defende que os conservatórios e instituições de ensino criem disciplinas de música popular, para fazer frente ao ensino da música clássica.

Dudu partilhou com o público a história dos 40 anos do grupo originário de Recife e reverenciado por Luiz Gonzaga, o rei do Baião. As referências do quinteto passam da música clássica ao tradicional maracatu. ?Viajamos por Portugal, França, Alemanha, Espanha, Síria e países africanos mostrando um país diferente da tradicional combinação samba e futebol?, afirma. Dudu tem orgulho da riqueza da cultura de Pernambuco. ?Já me ofereceram bolsa de estudos para fazer piano clássico na Alemanha, mas tenho orgulho de dizer que me formei com as músicas que cresci ouvindo no meu Estado?, completa.

Para a professora Izabela Brochado, diretora do Instituto de Artes (IdA), a fala dos dois artistas converge para a responsabilidade social e individual da arte. ?É impressionante como dois representantes tão distintos, vivendo num mesmo espaço e tempo, consigam convergir para essa lição tão importante?, diz. A diretora do IdA aproveitou para ressaltar a importância de eventos como a Semana de Extensão. ?Os estudantes às vezes tem uma relação utilitária com a universidade. Esse é um momento de reflexão e engrandecimento?, afirma.

Textos: UnB Agência. Fotos: Filipe Barcelos/UnB Agência.



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