A expansão territorial no Brasil
Artes Plásticas

A expansão territorial no Brasil


A pecuária e o povoamento do sertão

A criação de gado surgiu para atender às necessidades do engenho e realizava-se dentro de seus limites. Servia, basicamente, para fornecer alimentos e couro, que era utilizado nos instrumentos de trabalho, além de animais de tração. O crescimento  do mercado açucareiro exigia o aumento da produção e a conseqüente ocupação das terras disponíveis. O gado, que até esse momento coexistia com as demais atividades do engenho, foi deslocado para outras áreas para ceder lugar à cultura de cana-de-açúcar.

A primeira fase da expansão territorial teve seu ponto de partida nas capitanias da Bahia e de Pernambuco. Segundo textos da época, como, por exemplo, o do cronista Antonil, foi principalmente em Pernambuco que os vaqueiros seguiram o curso dos rios em busca de pastagens para o gado. Ainda segundo esse cronista, o sertão, região de criação de gado, estendia-se desde Olinda, seguindo por todo o curso do rio São Francisco.

O avanço dos vaqueiros não se fez pacificamente, pois encontrou muitas vezes feroz resistência dos índios. Essa resistência, foi em parte vencida com o auxílio dos bandeirantes paulistas, já habituados à guerra de apresamento dos indígenas. Muitos desses bandeirantes acabaram fixando-se no Nordeste. O gado e o vaqueiro foram para terras cada vez mais distantes onde surgiram feiras de gado para a sua comercialização.

Foi somente com a descoberta de ouro, no final do século XVII, que a pecuária se desvinculou da dependência exclusiva da economia açucareira. A partir dessa época, os vaqueiros avançaram pelos sertões, criando, ao lado dos currais de gado, pequenos povoados e aldeias, ocupando o interior dos atuais estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas, etc.

Em direção ao norte

Quando Filipe II da Espanha se tornou rei de Portugal, por meio das Coroas Ibéricas, a situação política na Europa era bastante instável. Filipe II intervinha nas lutas religiosas da França, esperando enfraquecer a monarquia vizinha.

Na América, principalmente no Brasil, os franceses  continuavam suas tentativas de colonização. Os espanhóis esperavam enfraquecer ainda mais os franceses, combatendo-os onde eles estivessem ameaçando suas colônias.

Os colonos luso-brasileiros foram os responsáveis pela luta  e expulsão dos franceses. E nisso tinham seus interesses. Queriam, além de conservar a posse das terras e da mão-de-obra indígena, necessárias à produção, afastar a ameaça que os índios representavam aos engenhos da região. Os franceses, por seu lado, procuravam fazer alianças com as tribos indígenas inimigas dos portugueses.

A conquista do Nordeste e da Amazônia

A região do atual Sergipe tinha uma importância estratégica, pois permitia a ligação por terra entre as capitanias da Bahia de Todos os Santos e de Pernambuco. Até 1590, os índios foram dominados, e a região efetivamente conquistada. Os colonos luso-brasileiros prosseguiram seu avanço. Moveram violenta guerra aos franceses e seus aliados indígenas, empurrando-os cada vez mais para o norte e consolidando o domínio sobre as novas regiões.

Mas, a situação ficou muito difícil no Maranhão, onde os franceses pretendiam instalar uma colônia, efetivando a experiência que não dera certo no Rio de Janeiro. Em 1612, o francês La Ravardière fundou São Luís, nome dado à cidade em homenagem ao rei francês, que seria a capital da chamada  França Equinocial.

Era no tempo da União das Coroas Ibéricas, e portugueses e espanhóis trataram de expulsar os invasores.

Todavia, com o auxílio dos Tupinambá, os franceses resistiram durante três anos  ao assédio das forças conjuntas de colonos portugueses e espanhóis. Em 1615 com ajuda de uma poderosa força espanhola, os colonos desalojaram e expulsaram os franceses do Maranhão.

A tendência natural era prosseguir as conquistas adentrando a Amazônia. A colonização dessa região se concretizou por volta de 1630, depois que a exploração de plantas medicinais e aromáticas, conhecidas como "drogas do sertão", tornou-se economicamente rentável. Além das drogas do sertão, a região oferecia grandes possibilidades para a captura e escravização de índios.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Technorati Marcas: expansão,pecuária,povoamento,franceses,Nordeste,Amazônia

Assine nosso feed.Obrigado pela visita e volte sempre!

Leia Também:  A colonização do Sul




loading...

- A Expansão Bandeirante
Para entendermos o fenômeno do bandeirantismo tão ligado à formação do território brasileiro, temos de entender melhor a situação da capitânia de São Vicente. A capitânia de São Vicente conheceu um período de prosperidade com a introdução...

- As Missões Jesuíticas
Os missionários jesuítas eram contra a escravização dos indígenas promovida pelos bandeirantes. Sob a justificativa de defende-los, os jesuítas passaram a reunir os indígenas que viviam no interior do território em agrupamentos conhecidos como...

- A Empresa Agrícola Colonial Portuguesa
A economia brasileira nascia dependente do exterior. A produção era baseada na monocultura e determinada pelo mercado externo, estando sujeita, portanto às oscilações desse mercado. Essa era a característica das colônias de exploração, em oposição...

- Duarte Da Costa E Mem De Sá
O governador-geral Duarte da Costa enfrentou vários problemas. Em primeiro lugar, os colonos não aceitaram sua autoridade. Em segundo, não conseguiu impedir que os huguenotes (protestantes franceses) tomassem, em 1555, uma ilha da baía de Guanabara....

- As Colônias Francesas
Além dos espanhóis e dos portugueses, também os franceses estabeleceram núcleos coloniais na América do Sul no século XVI. Em 1531, construíram uma feitoria na atual ilha de Santo Aleixo, próxima à cidade de Recife, mas foram expulsos pouco depois...



Artes Plásticas








.