Em abril de 1792, diante dos preparativos para a guerra contra a Áustria e a Prússia, Claude Joseph Rouget de Lisle, um oficial francês, compôs a "Canção de guerra para o exército do Reno". Originalmente, a canção tinha seis estrofes, mas alguém ( não se sabe se o abade Pessonneaux ou Louis Duboisais) acrescentou a ela mais uma estrofe.
Em agosto de 1792, quando os exércitos da Áustria e da Prússia invadiram a França e a Revolução corria perigo, tropas francesas provenientes de Marselha entraram em Paris cantando a canção e convocando o povo parisiense para a resistência contra os invasores: Aux armes, citoyens / Formes vous bataillons... (Às armas, cidadãos ? Formai vossos batalhões...).
A partir de então, o hino passou a ser conhecido como " A Marselhesa".
Em 1789, a "Marselhesa" foi declarada hino da França.
Partitura da época de "A Marselhesa", hino da Revolução Francesa e atual Hino Nacional da França
Ecos da Revolução
Até 1789, as escolas e universidades francesas eram controladas pela Igreja Católica. Com a Revolução Francesa, teve início o processo de separação da entre a Igreja e o Estado. Assim, as escolas foram laicizadas, ou seja, deixaram de ser religiosas. Essa separação seguia a orientação do pensamento iluminista, que se opunha à influência da Igreja sobre o Estado e a seu controle sobre a educação.
Em 2003, o governo francês do presidente Jacques Chirac invocou essa tradição para justificar uma lei que proibiu o uso de símbolos religiosos nas escolas públicas, como o véu das mulheres muçulmanas, o solidéu (barrete que cobre parte do alto da cabeça) dos judeus e o crucifixo dos cristãos. A lei gerou uma grande polêmica na França. Alguns de seus contestadores afirmam que ela se opõe a outro direito consagrado pelo iluminismo e pela Revolução Francesa: a liberdade religiosa e o direito individual de manifestar a própria crença.
A Revolução Francesa marcou o fim do absolutismo na França e a subida definitiva da burguesia ao poder, preparando a consolidação do modo capitalista de produção. Mas essa revolução não ficou restrita à França: suas idéias espalharam-se pelo resto da Europa e atingiram a América Latina, que, inspirada nos ideais revolucionários franceses, iniciou um período de longas lutas contra a dominação dos países ibéricos.
PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único. CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.