A Europa foi, com certeza, a região mais atingida pela Primeira Grande Guerra. Já os Estados Unidos saíram do conflito prestigiados e enriquecidos. Prestigiados porque sua participação foi decisiva para o resultado da guerra. Enriquecidos porque forneceram armas, alimentos a várias nações européias.
Os capitais acumulados durante a Grande Guerra e as leis que aumentavam os impostos sobre os produtos estrangeiros favoreceram a arrancada norte-americana. Na década de 1920, a produção industrial norte-americana aumentou 64%. Os Estados Unidos eram, de longe, a maior economia do mundo. O comércio exterior também acompanhou esse crescimento. Para boa parte dos norte-americanos, aqueles tempos foram de prosperidade e otimismo. Por isso os anos 20 ficaram conhecidos como "anos felizes".
O crescimento industrial norte-americano foi favorecido pela introdução da técnica de linha de montagem, pelo investimento em pesquisa científica e pelo uso generalizado de novas fontes de energia. Tudo isso possibilitou a produção e o consumo em massa.
Modelo T, primeiro veículo a ser produzido em série nos Estados Unidos, conhecido no Brasil como Ford Bigode
A confiança nessa prosperidade levava os norte-americanos a consumir cada vez mais. O ideal das famílias era possuir o último modelo de carro, geladeira, fogão, rádio, aspirador de pó, gramofone (toca-disco), além de todos os outros aparelhos domésticos que fossem sendo produzidos. Essa era a essência do estilo de vida americano. Defendia-se a idéia de que consumir era um ato de patriotismo: ajudava os Estados Unidos a continuar crescendo.
A indústria cinematográfica, que também surgiu naquela época, ajudou a difundir o estilo de vida americano em todo mundo, inclusive no Brasil. Foi nos anos de 1920 que Hollywood, na Califórnia, ganhou a fama de capital mundial do cinema, e milhares de salas de projeção foram abertas em várias partes do mundo.
Grupo de mulheres com cartazes em campanha pelo sufrágio (voto) feminino, 1913, centro de Nova York
Igualmente importante, na época, foi o crescimento da indústria radiofônica e a criação de centenas de estações de rádio nos Estados Unidos. O rádio chegava aos lares. E, pela primeira vez na história, pessoas que nunca se haviam visto partilhavam das mesmas alegrias e tristezas, ouviam e debatiam os mesmos acontecimentos.
O cinema e o rádio também ajudaram na campanha das mulheres pela conquista do direito ao voto. Em agosto de 1920, depois de décadas de lutas e debates, as mulheres norte-americanas com mais de 21 anos conquistaram o direito de votar e de disputar todos os cargos eletivos.
BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental.
Assine nosso feed. Receba por e-mail. Obrigado pela visita e volte sempre!