Mais ainda do que Filipe, seu filho Alexandre teve uma formação cultural inteiramente grega. Em 342 a.C., quando estava com 14 anos, seu pai trouxe da Grécia o filósofo Aristóteles para que fosse seu preceptor (professor particular que convive com o aluno e é responsável por sua formação moral). Alexandre esteve sob os cuidados de Aristóteles até 336 a.C., quando se tornou o rei da Macedônia como Alexandre III.
Uma vez no poder, consolidou as conquistas feitas por seu pai e deu início a uma política de expansão para fora de Hélade.
O primeiro passo nessa expansão foi dado entre 334 e 333 a.C., quando os macedônios venceram os persas nas batalhas de Grânico e Issos, na Ásia Menor. Em seguida, as tropas de Alexandre conquistaram a Síria 332 a.C. e invadiram o Egito, onde foi fundada a cidade de Alexandria. Aliando-se aos sacerdotes egípcios, Alexandre se apresentou no santuário do oásis de Siwa, onde foi reconhecido como filho do deus Amon e sucessor dos faraós.
Depois da morte do imperador persa Dario III, em 330 a.C., Alexandre foi proclamado imperador do Império persa. Com isso, passou a utilizar símbolos e rituais orientais que o identificavam como um deus. Em 327 a.C., casou-se com Roxana, filha do sátrapa (governador da província no Império persa)da Bactriana. Seguindo seu exemplo, cerca de 10 mil de seus soldados também se casaram com moças persas.
Ao aceitar o título de filho de Amon, um deus egípcio, e ao se casar com uma princesa oriental, Alexandre punha em prática uma política marcada pela aproximação cultural entre gregos e povos do Oriente. Dessa mistura de valores culturais surgiria o helenismo.
Filósofo grego Aristóteles 384 a.C. ? 322 a.C) ministra aula a seu pupilo e futuro imperador macedônio Alexandre em gravura do séc.. XIX.
Em 327 a.C., os macedônios dirigiram suas forças para a Índia, fundando colônias militares e cidades, entre as quais Nicéia e Bucéfala. Ao chegar ao rio Bias, cansadas da dura viagem, as tropas de Alexandre se rebelaram, negando-se a continuar sua marcha em direção ao interior da Índia. Diante disso, Alexandre decidiu retornar a Babilônia, onde morreu de uma doença desconhecida em 323 a.C., aos 32 anos.
O Império macedônio foi então dividido entre seus generais: Seleuco ficou com a região da Síria, onde fundou a dinastia Selêuca; o Egito coube a Ptolomeu; Lisímaco se apoderou da Trácia e Filipe, da Macedônia e da Grécia.
Os governos resultantes dessa divisão mantiveram a tradição iniciada por Alexandre de se aliar às elites locais e incorporar parte de sua cultura à cultura grega. Por isso, eles ficaram conhecidos como reinos helenísticos, ou seja, reinos que tinham por base a cultura dominante grega, mas que mantinham parte da cultura dos povos orientais dominados.
Um defensor da tolerância
No início do século XXI, ressurge o mito de Alexandre Magno. Durante séculos autores das mais variadas procedências se inspiram nesse personagem [?]
Depois da intervenção na batalha de Queronéia, aos 18 anos, à frente da cavalaria macedônia, Alexandre se convenceu de que fora escolhido pelos deuses para levar a cabo uma obra colossal. Essa impressão aumentou na medida em que suas campanhas militares somaram êxitos, ou quando se deixou convencer de que o sacerdote do templo de Amon, no Egito, o havia reconhecido como filho de Zeus.[?]
A simpatia totalmente heróica que inspira o personagem Alexandre não deve nos fazer esquecer sua maneira de se envolver na história do Oriente médio. Primeiro como conquistador do Império persa em sua qualidade de líder das cidades gregas [?].
Depois, como libertador, o homem que levou ao mundo das autocracias (governo com muitos poderes, poderes absolutos) orientais um sopro de liberdade e fomentou a integração de culturas diferentes depois do gesto de contrair matrimônio com a princesa persa Roxana em Susa.
Alexandre e Roxana por Pietro Antônio Rotari, (1756)
RUIZ-DOMÈNEC, José Enrique. Alexandre Magno foi um defensor da tolerância.
UOL Mídia Global, 6/01/2001 - <http://noticias.uol.com.br/lavanguardia/2005/01/06 ? acesso 15/04/2005
Trailer Filme Alexandre (Alexander). Direção: Oliver Stone, 2004. A vida de Alexandre desde a infância, na Macedônia, até a morte na Babilônia, em 323 a.C., depois de conquistar o Império persa e parte da Índia.