No século XII, nas ilhas Britânicas, além do Reino da Inglaterra, havia o Reino da Escócia e os domínios dos irlandeses e dos gauleses.
O fortalecimento do poder do rei na Inglaterra começou quando os normandos (habitantes da Normandia, região do norte da França), liderados pelo duque Guilherme, invadiram e conquistaram a Inglaterra, em 1066. O duque foi coroado Guilherme I, rei da Inglaterra, dando início ao domínio normando sobre a ilha. Dessa forma, Guilherme, apelidado de o Conquistador, que era vassalo do rei francês, acabou ligando a história da França à da Inglaterra.
Guilherme I exigiu que todos os senhores feudais prestassem juramento de fidelidade apenas ao rei, dividiu as terras inglesas em condados e nomeou funcionários reais (os xerifes) para administra-los; além disso, proibiu as guerras particulares entre a nobreza. Com essas medidas, o rei Guilherme submeteu a nobreza e deu início ao processo de fortalecimento do poder real inglês.
Um parente de Guilherme I, o nobre Henrique Plantageneta, que também era da Normandia, herdou o trono da Inglaterra com o nome de Henrique II (1154?1189). Durante seu reinado, ele estabeleceu que todas as questões seriam julgadas por tribunais reais, e não pelos da nobreza, contribuindo assim para a centralização do poder.
O filho e sucessor de Henrique II, Ricardo Coração de Leão (1189-1199) passou a maior parte de seu reinado fora do país. Esteve o tempo todo envolvido com a Terceira Cruzada e em luta contra Felipe Augusto, da França, a fim de manter os enormes feudos que os reis ingleses possuíam naquele país. Os nobres ingleses se aproveitaram da ausência do rei para reaver de sua autonomia.
João Sem Terra (1199?1216), irmão de Ricardo, continuou a guerra contra a França e ao ser derrotado perdeu parte dos imensos feudos que sua família tinha no território francês. Por isso o rei João ganhou esse apelido. Desprestigiado pelas derrotas e pelos constantes aumentos de impostos que autorizava para cobrir os gastos com a luta contra o rei francês Augusto (1180-1223), João sem Terra foi obrigado pela nobreza a assinar a Magna Carta (1215).
A Magna Carta Para os historiadores, a importância da Magna Carta está no fato de ser o primeiro documento escrito o poder do rei. Leia um trecho do documento. Nenhum imposto será estabelecido no nosso reino, se não for pelo conselho comum do nosso reino, a não ser para pagar nosso resgate, armar cavaleiro nosso filho mais velho e casar pela primeira vez nossa filha mais velha. A cidade de Londres conservará suas antigas liberdades e seus costumes livres em terra e no mar. Queremos e concedemos também às outras cidades, povoados e portos, sem exceção, o gozo de suas liberdades e livres costumes. (?) Nenhum homem livre será detido, aprisionado, ou privado de seus bens, ou posto fora da lei, ou exilado, ou prejudicado de algum modo (?) a não ser em virtude de um julgamento legal dos seus pares ou em virtude da lei do país. (AQUINO, Rubin Leão de et alii. História das sociedades:das comunidades primitivas às sociedades medievais. p. 429) O conselho comum a que o documento se refere é O Grande Conselho, formado por bispos, condes e barões. Pela Magna Carta, o rei não podia criar impostos sem a aprovação da nobreza e do alto clero nem prender um homem livre sem que ele tivesse sido julgado por pessoas da sua camada social e com base nas leis. fonte:BOULOS JUNIOR, Alfredo.coleção História-Sociedade e Cidadania. |