Artes Plásticas
A revolução dos vídeo games
Os games fazem parte do nosso cotidiano há muito tempo. Faz mais de 40 anos que o primeiro console começou a ser comercializado e mais de 50 que o primeiro foi criado. Com tanto tempo inserido na sociedade, várias gerações já jogaram vídeo game na infância, cada qual em sua época e com a interatividade que a tecnologia permitia.
Em tempos em que a ciência muda rapidamente, é impossível não reparar a evolução e as inovações dos vídeo games. Atualmente se pode jogar sem o uso de manetes, pode se jogar em celulares e outros aparelhos móveis. Definitivamente uma revolução que há pouco tempo seria impossível pensar. Vamos traçar alguns paralelos e mostrar as diferenças interativas que os consoles sofreram ao longo destes 50 anos.
Podemos dividir a evolução dos jogos de vídeo game e seus consoles em 5 grandes gerações: a primeira, com jogos de recursos gráficos bastante limitados, que contavam com a diversão apenas; a segunda, com jogos mais bem elaborados, com fases definidas e personagens carismáticos; a terceira, com o uso de jogos com gráficos em 3D, dando maior realismo aos games; a quarta, com um aumento significativo no uso de definições mais avançadas, jogos em modo online, fazendo com que a interatividade ganhasse destaque; e a atual, com o avanço interativo, sem uso de manetes e qualidade HD para os jogos.
A primeira geração dos games foi marcada pelo Atari. Rejeitado inicialmente, o console era uma adaptação mais criativa do Odyssey (primeiro vídeo game comercializado, mas sem nenhum sucesso com o público). No Atari havia muitas opções de jogos, o que não ocorria no antecessor. Apesar de um gráfico muito limitado e definições primitivas, o console se tornou o maior sucesso de vendas e é considerado por muitos fãs de vídeo games o melhor de todos os tempos. Alguns jogos que até hoje são diversão de crianças e adolescentes são do Atari: Pac Man, Pitfall e Space Invaders.
Já em meados da década de 1980 aparece a segunda geração dos games, a mais longa e a de maior sucesso da história. É nessa época que a Nintendo surge. A empresa japonesa aproveita a falta de estrutura da Atari para lidar com seu próprio crescimento e lança o NES ( mais conhecido como Nintendinho). O console faz tanto sucesso que vendeu 60 milhões de unidades nos EUA, criando clássicos personagens, característicos dos games até hoje: Mário e Donkey Kong. Com gráficos mais bem apurados, várias fases para os jogos e sem estereótipos definidos (podendo ser jogado por todas as idades) esse console ganhou o planeta.
Só que partindo do sucesso da Nintendo, outra empresa japonesa entra no mercado para competir de forma assídua, a Sega. Ao mesmo estilo dos jogos e gráficos do NES, a Sega lança o Master System, outro game que marcou época. Primando pelas mesmas características do NES, o Master System também procurou fazer jogos com personagens carismáticos como Sony.
Alguns anos após a explosão dos primeiros consoles da segunda geração, a Sega inova e lança um novo game, o Mega Drive. A Nintendo, para não ficar atrás, lança uma melhoria do NES, o Super Nintendo. Esses consoles eram aprimoramentos de seus antecessores, novos jogos, mais ação, diferentes categorias de games. Parecia que haveria uma grande nova batalha entre as empresas japonesas, mas a Nintendo foi superior no quesito aprimorar e fez do Super Nintendo (SNES) o vídeo game mais vendido no mundo em todos os tempos. É improvável você perguntar a um adulto que tenha atualmente 30 anos e ele responder que nunca jogou o Super Nintendo.
Após essa incessante disputa entre a Nintendo e a Sega, outra empresa ( já conhecida por fabricação de eletrônicos) adentra o mercado dos vídeo games, a Sony. A empresa americana cria em 1994 o PlayStation 1, um renovado modelo de console. O PlayStation 1 não diferenciava muito dos games da geração anterior no quesito gráfico, pelo contrário, era bem parecido. Porém implementou um sistema mais atual para conectar os consoles à televisão e criou a mais importante mudança, que perduraria para as próximas 2 gerações, jogos em CD. Não seria mais necessário o uso dos incômodos cartuchos, que davam bastante defeito e limitavam o espaço para os jogos. Com o CD foi possível fazer games mais extensos, com várias fases, diversidade de jogos e comercialização em escala ainda maior.
A Nintendo, com toda a sua grandeza de ainda dominar o mercado dos games, lança na mesma época, para competir com a novidade da Sony, o Nintendo 64. O console não fez o sucesso esperado pela empresa, mas também não foi um desastre. A principal reclamação dos usuários era com relação aos cartuchos (a Nintendo, mesmo com a novidade do CD, insistiu nos ultrapassados cartuchos) e a grande mudança na jogabilidade em relação ao vídeo game mais jogado na década de 1990, o SNES. Porém, a sorte dos japoneses foram os sucessos de jogos como Mario Kart, Donkey Kong e Super Mario, ou seja, o não fracasso do console foi sustentado pelos personagens carismáticos que nasceram com NES.
A Sega, grande adversária da Nintendo nas gerações anteriores, perdeu espaço. Lançou novidades em CD, como o Genesis 3 e 4, mas o sucesso não foi obtido da forma esperada e a empresa perdeu o espaço no mercado. Vale ressaltar que o primeiro console ligado a internet (criado em 1999) foi da Sega, o Dreamcast. Mas, desconfiados com os vídeo games antecessores da empresa, os aficionados por games não aderiram a ideia ( muito também por conta do uso primitivo da internet) e o que era para ser uma revolução acabou em um fracasso e praticamente com a história da Sega no mundo dos games.
A partir da década de 2000, a tecnologia deu um salto milhões de vezes superior ao de décadas anteriores, e os vídeo games foram para o mesmo lado. Consoles portáteis foram sendo criados, Sony e Nintendo continuaram dominando o mercado.
A terceira geração se inicia no ano de 2001. A Sony lança o PlayStation 2, a Nintendo o GameCube. Além de outra empresa norte americana entrar com força no mercado dos consoles, a Microsoft com seu Xbox.
O PlayStation2 chegou mais uma vez modificando tudo que já tinha se visto com relação a vídeo games. Os gráficos dos jogos eram impressionantes, o dinamismo e a variação também, a incrível realidade (que a partir desta geração começou a virar obsessão das empresas fabricantes dos consoles) era uma coisa assustadora. Grandes exemplos de jogos do PlayStation 2 são continuações aprimoradas de jogos do Play1: Winning Eleven ( emulador de futebol), Gran Turismo (emulador de corrida) e o sucesso mais estrondoso GTA. Vale destacar a ideia de o jogador conectar o console a internet e jogar online. Tecnologia não muito válida nesta geração, em consequência das novidades de jogos em computadores, que faziam isso com mais perfeição.
A Nintendo se rendeu às qualidades gráficas dos jogos da Sony, e resolveu apostar no que deu certo em seu console anterior, portanto a empresa não apostou em gráficos, mas sim nos consagrados games que faziam sucesso a gerações. O GameCube apostou basicamente na diversão - é verdade que os gráficos também melhoraram assustadoramente, porém nada em comparação a Sony. O diferencial do console foi a política adotada pela empresa japonesa, tentando buscar formas alternadas e divertidas de se jogar vídeo game. Foi um começo com o GameCube, e uma realidade bem maior com o Nintendo Wii (atual geração dos consoles da Nintendo). O game não foi um sucesso de vendas, mas a Nintendo já tinha seu público fiel e passou bem longe do fracasso.
A novidade desta geração foi a Microsoft. Aproveitando o avanço tecnológico nas áreas dos computadores, a empresa se tornou a maior do mundo e resolveu adentrar ao mundo dos games. O Xbox, primeiro console da empresa, não foi um sucesso absoluto de vendas, a preferência dos usuários era pelo Play2 por já conhecerem a marca anteriormente. Mas o Xbox nada deixou a desejar do vídeo game da Sony: resoluções em alto nível, conexão a rede e os mesmos jogos oferecidos em ambos. Não foi um fracasso em vendas, mas sustentou o sucesso do console que a empresa criou na geração posterior o Xbox 360.
A quarta e até agora atual geração dos games tem uma disputa entre as marcas bastante clara. A Sony e a Microsoft continuam brigando pela liderança na preferência dos usuários, já a Nintendo com seu público fiel continua como uma boa e diferente alternativa de vídeo game.
Nesta geração os gráficos continuam impressionando ainda mais. Resoluções em HD, alguns jogo em 3D, tudo que a tecnologia atual pode oferecer está presente nestes consoles. Porém a mais importante evolução continua sendo a obsessão pelo realismo dos jogos e da jogabilidade.
No quesito jogabilidade, a Nintendo com seu Wii foi a que demonstrou enorme evolução. O jogo conta com manetes diferentes das habituais, elas não respondem apenas aos botões, mas também aos movimentos que o jogador faz ao disputar um jogo. Praticar boliche, tênis, dentre outras atividades fica realista e se torna física, pois são os movimentos do jogador que controlam os games e não mais botões. Essa grande diferenciação fez com que o Wii vendesse muito além do esperado e fizesse com que a
Microsoft e a Sony repensassem a jogabilidade de seus consoles. É claro que, mesmo com a inovação, a empresa japonesa não deixou seus clássicos jogos de lado.
O Xbox 360 e o PlayStation3 não se diferenciam muito com relação a gráficos; jogos e jogabilidade, continuam mandando no mercado da mesma forma. O diferencial vem de um aparelho denominado Kinect. Este sensor, fabricado pela Microsoft fez com que a empresa não só desbancasse o Play3, mas como de certa forma também o Wii. Lançado após o começo das vendagens do Xbox 360, o aparelho tem a mesma ideia das inovadoras manetes do Wii, o diferencial é que não existem manetes, apenas sensores que captam os movimentos do corpo. Com alguns jogos próprios para o aparelho, a Microsoft conseguiu desbancar o poderio da Sony e, em uma disputa acirrada, é o console mais comercializado desta geração.
Diante do futuro dos games não temos certeza do que acontecerá. Como dito anteriormente, eles seguem na mesma direção da tecnologia, que avança rapidamente. Microsoft e Sony já começaram a divulgar como serão seus novos consoles, e pelo que já deu para ser visto do PlayStation 4 e Xbox 720 novidades virão. Em suma, é complicado fazer um paralelo de toda a história dos vídeo games, mas pelo menos uma grande ideia do que foi e do que é a revolução dos games foi dito.
Texto: Lucas Gandra, Hugo Amichi e Rodrigo Cupertino
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