As características políticas do feudalismo
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As características políticas do feudalismo


Politicamente o feudalismo caracterizou-se pela fragmentação política. As relações pessoais tornavam-se mais fortes com o enfraquecimento da atuação do Estado. Essas relações, denominadas feudo-vassálicas ou de suserania e de vassalagem, originaram-se das tradições romanas e germânicas. Consistiam no ato de um senhor doar bens, sobretudo terras e direitos a outro senhor em troca de alguns favores e obrigações. O aristocrata que doava o bem era o suserano, e o que recebia era o vassalo. Essa prática de doações não terminava aí: o aristocrata que recebia a terra a redistribuía para outros aristocratas, que passavam a ter as mesmas obrigações. Teoricamente, os senhores feudais recebiam as terras do rei, o soberano; mas com o parcelamento do poder político ligado ao parcelamento da terra, o rei se transformou em um tipo de suserano-mor.

O vassalo, em troca da terra, deveria auxiliar o suserano com seu exército quando ele precisasse, além de participar dos conselhos senhoriais. Ao suserano cabiam obrigações semelhantes para com seu vassalo.

Caso um vassalo se rebelasse, os outros vassalos eram convocados para combate-lo. Os vassalos também podiam ser chamados para combater uma rebelião de servos ou uma disputa entre suseranos , ou ainda lutar contra outros povos em caso de guerra.

Os feudos nunca eram vendidos ou divididos entre os filhos do senhor. O único herdeiro era seu primeiro filho, ou primogênito. Por isso o tamanho das terras de uma família nunca diminuía.

Os filhos mais jovens de um senhor, que não herdavam as terras, podiam se tronar cavaleiros, defendendo as terras do irmão mais velho. As filhas, por sua vez, geralmente se casavam com outros senhores feudais ou com cavaleiros e mudavam de feudo. Outra opção dos filhos e filhas de um senhor que não herdavam suas terras era fazer parte do clero.

cavaleiro medieval

Cavaleiro Medieval

Quando um senhor tinhas apenas filhas, podia realizar um torneio entre cavaleiros e escolher um dos concorrentes para marido de uma delas.

Esses cavaleiros disputavam provas que envolviam o uso de armas e a recitação de poemas. O escolhido tornava-se sucessor do senhor feudal, conquistando assim não só a dama, mas também um título de nobreza.

Carta do bispo Fulbert a Guilherme, duque de Aquitânea, c. 1030

Aquele que jura fidelidade ao seu senhor deve ter sempre na memória estes seis princípios: saúde, segurança, honra, interesse, liberdade, faculdade. Saúde quer dizer que nada deve ser feito em dano do corpo do senhor. Segurança, nada em prejuízo das suas residências e fortalezas [?]. Honra, nada em detrimento da sua justiça ou de quer que seja de que sua honra depender, Interesse, nada contra os seus bens. Liberdade e faculdade, nada que torne impossível ou dificulte ao senhor o fazer o bem [?].

Além disso, [?] nessas seis ordens de deveres, preste o vassalo ajuda e conselho fielmente ao seu suserano[?]

O suserano deve ao vassalo a contrapartida de todas essas coisas.

fonte: FREITAS, Gustavo de, 900 textos e documentos de História. Lisboa, s.d., v. 1, p. 139.

As características militares do feudalismo

O cavaleiro foi a figura característica da organização militar do feudalismo. Ser cavaleiro, com escudos, lanças, espadas, cota de malha e armadura, era privilégio da aristocracia, pois o acesso à cavalaria dependia da origem e da riqueza. Essa característica estava ligada à separação entre guerreiros e chefe que se dera na tribo germânica e também ao custo do equipamento completo de um cavaleiro, que era muito alto para os mais pobres. Era preciso ter muitas terras e servos trabalhando para sustentar um cavaleiro. Ou seja, somente a aristocracia feudal era capaz disso.

Uma das principais funções militares da cavalaria era garantir e ampliar os domínios dos senhores e reprimir rebeliões camponesas que ameaçassem o poder da aristocracia. Mas a militarização servia também para defender a cristandade contra seus inimigos,  por exemplo, os muçulmanos, ao mesmo tempo que garantia a conquista de mais terras.

Os constantes combates acabavam destruindo as plantações e os campos. No século X, a Igreja interveio, propondo a Trégua de Deus, que determinava que não se poderia guerrear entre a quinta-feira e a segunda-feira pela manhã.

fonte: Pedro, Antônio. História da civilização ocidental: ensino médio.volume único.




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