Não só seu dinheiro, mas também sua existência como um enclave praticamente autônomo, eram um convite à destruição. Sua reputação sinistra, nascida do sigilo de seus rituais, proporcionou os meios para isso. Num golpe semelhante ao salto do tigre, Filipe tomou o Templo em Paris e prendeu todos os templários da França na mesma noite. A principal acusação para justificar o confisco das propriedades da Ordem dos Templários era a heresia e, para prova-la, o procurador do rei desenterrou todas as sombrias superstições e temíveis fantasias sobre feitiçaria e culto ao diabo existentes nas raízes do espírito medieval. Os templários foram acusados, por testemunhas compradas, de bestialidades, adoração de ídolos, negação dos sacramentos, de vender a alma ao diabo (...). Elementos de feitiçaria, magia e bruxaria eram aceitos naturalmente na vida medieval, mas o uso que Filipe fez delas para provar a heresia, no melodrama de sete anos de julgamento dos templários, deu-lhes uma temível circulação. A partir de então, as acusações de magia negra tornaram-se um meio comum de derrubar um inimigo, e o método favorito da Inquisição em sua caça aos hereges, em especial os que tinham propriedades que valiam a pena confiscar.
(Barbara W. Tuchman, Um Espelho Distante, Nova Iorque, 1978.)
Filipe IV, o Belo, reinou (1268-1314), o décimo primeiro da chamada dinastia dos Capetos. Por casamento com Joana I de Navarra foi também rei de Navarra e conde de Champagne de 1284 a 1305.
O cognome o Belo deve-se à sua extraordinária beleza, segundo relatos contemporâneos. Também apelidado por seus inimigos e admiradores de; o rei de Mármore ou o rei de Ferro, foi notável por sua personalidade rígida. Um dos seus mais ferozes oponentes, Bernardo de Saisset, bispo de Pamiers, disse: "Não é um homem nem uma besta. É uma estátua".
apostilas ETAPA. Wikipédia acesso: 10/12/2009. 23:48.
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