O clima de cooperação entre os aliados durante a guerra não poderia durar. As potências capitalistas temiam o avanço da esfera de influência da União Soviética sobre os países do Leste Europeu.
Com a morte de Roosevelt, em abril de 1945, e a ascensão à presidência dos Estados Unidos de Harry Truman, o quadro de tensão se agravou. Em julho de 1945, realizou-se a Conferência de Potsdam, em que os países capitalistas deixaram claro sua preocupação com o crescimento comunista nos países do Leste. Truman passou a intervir nos assuntos internos desses países, exigindo eleições livres. Em resposta, a posição da União Soviética, dirigida por Stalin, foi-se tornando mais rígida.
Mesmo antes do fim da Segunda Guerra Mundial, os conflitos de interesse entre a Inglaterra e os Estados Unidos de um lado e a União Soviética de outro faziam prever a Guerra Fria.
A aliança feita entre a União Soviética, país socialista, os Estados Unidos e a Inglaterra, países capitalistas, durou enquanto o inimigo comum, a Alemanha nazista, não havia sido derrotado.
Logo no início do seu governo, Trumam apoiou a política inglesa de intervenção na Grécia para combater a guerrilha comunista.
A situação da Polônia, a repartição da Alemanha e a presença soviética no Leste Europeu faziam parte do endurecimento da política soviética. Em 1946, Winston Churchill, líder britânico, disse que "uma cortina de ferro que vai do mar Báltico até o mar Adriático desceu sobre o continente..." Churchill referia-se aos países da Europa que passaram a fazer parte do mundo socialista, sob a influência da União Soviética.
Os Estados Unidos haviam saído da Segunda Guerra Mundial como o país mais rico do mundo. Com 7% da população mundial, os americanos dominavam mais de um terço de toda a produção do planeta e possuíam mais da metade das reservas de ouro. Preservar a situação privilegiada de potência era o objetivo principal da política externa norte-americana.
O monopólio das armas atômicas parecia assegurar confortavelmente essa situação dos Estados Unidos. A União Soviética representava uma ameaça distante, pois havia saído da guerra com a economia abalada e com muitos milhões de mortos.
Em 1949, quando os russos explodiram sua primeira bomba atômica, a hegemonia americana foi fortemente abalada. Iniciava-se a corrida armamentista, que manteve o mundo em constante tensão até quase o fim do século XX.
A vitória das forças comunistas de Mao-Tsé-tung na China aumentou a potencialidade do movimento socialista. A mídia internacional, influenciada pelos Estados Unidos e seus aliados, difundiu como forma de propaganda a idéia do mundo dividido em duas partes: o mundo livre e o mundo comunista. Era como se o planeta estivesse dividido entre o bom e o mal. Isso praticamente forçava os países de menor expressão econômica e militar a aceitarem essa visão maniqueísta ( o bem ou o mal) da política mundial. O país que não fosse claramente anticomunista era suspeito de ser favorável ao comunismo, e assim era tratado pelos Estados Unidos.
Otan
No plano internacional, faltava pouco para que se desse um rompimento oficial entre os Estados Unidos e a União Soviética. Em 12 de março de 1947, o presidente Trumam tornou pública a doutrina que ficou conhecida por seu nome. Por essa doutrina, os Estados Unidos se propunham a defender povos que, segundo a visão americana, poderiam ser ameaçados pelo totalitarismo comunista. Embora não tenha havido um rompimento oficial, a relação entre as duas potências era de grande tensão.
Em 1949 os Estados Unidos fizeram uma aliança militar com outros países para combater a influência da União Soviética. Estava nascendo a Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte, que completava, no campo militar, o que havia sido feito pelo plano Marshall no campo econômico. Criou-se um exército conjunto dos seguintes países: Estados Unidos, Alemanha Ocidental, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Grécia, Islândia, Holanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Turquia. A sede da Otan ficou sendo em Bruxelas, na Bélgica.
PEDRO, Antônio. História da Civilização Ocidental. ensino médio. volume único.
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