No início da guerra, Getúlio Vargas, político hábil e acostumado a tirar proveito das situações de conflito - manteve o Brasil neutro e conservou relações comerciais tanto com os alemães quanto com os norte-americanos. Aos poucos, no entanto, foi se tornando cada vez mais difícil para o Brasil manter a neutralidade.
Em maio de 1941, o Brasil conseguiu que os Estados Unidos se comprometessem a financiar parte da construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda (RJ), essencial ao crescimento da economia brasileira. Em troca, o Brasil daria permissão para que os Estado Unidos instalassem bases aeronavais no Nordeste. Consultando os arquivos pessoais de Vargas, uma historiadora descobriu que ele era um estadista preocupado com a soberania nacional.
"A concessão das bases do Nordeste foi por ele percebida como uma imposição: ou o Brasil cedia parte de seu território ou seria considerado inimigo dos Aliados. O país era segundo Vargas, jogado em uma 'aventura' que não escolhera e que não controlaria".
(D'ARAÚJO, Maria Celina. O Estado Novo. p. 49.)
Em janeiro de 1942, o Brasil de Vargas declarou-se a favor de uma união das Américas contra o Eixo. A Alemanha reagiu, mandando os seus submarinos torpedearem seis navios mercantes brasileiros, causando a morte de centenas de pessoas. Inconformados coma violência nazista, milhares de brasileiros saíram às ruas nas principais cidades do país exigindo que o Brasil entrasse na guerra ao lado dos Aliados.
As pressões populares e do governo norte-americano fizeram com que Vargas declarasse guerra ao Eixo em 22 de agosto de 1942. Para lutar contra os nazi-fascistas, o Brasil treinou e enviou para a Itália a FEB (Força Expedicionário Brasileira). Formada por 25.334 homens e comandada pelo general Mascarenhas de Morais, a FEB conseguiu vencer batalhas importantes, com as de Monte Castelo, Castelnovo e Montese. O lema oficial da FEB era "A cobra vai fumar", uma resposta bem-humorada aos que afirmavam que era "mais fácil fazer uma cobra fumar" que o Brasil mandar soldados para a guerra. Morreram na Itália 450 soldados da FEB, e cerca de 3 mil foram feridos. A Força Aérea Brasileira (FAB) também participou das operações de guerra na Itália. Nossos pilotos chegaram a realizar 2.546 missões ofensivas.
Ao voltarem para o Brasil, os pracinhas foram recebidos com entusiasmo e desfilaram sob aplausos pelas avenidas das principais cidades em julho de 1945. A participação do Brasil, apesar de modesta, foi significativa. Além de contribuir para a derrota do nazi-fascismo, colaborou também para o fim da ditadura implantada pelo Estado Novo. A FEB e a FAB haviam lutado pela democracia lá fora, então não havia sentido em apoiar uma ditadura aqui dentro.
BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade & Cidadania.ensino fundamental.
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