Alguns países da Europa encontravam-se ainda sob o sistema feudal e procuraram, com a ajuda dos filósofos iluministas, alcançar os países mais desenvolvidos. Os projetos de modernização propostos pelos filósofos do Século das Luzes foram adotados por monarcas e dirigentes dessas regiões, que chegaram a nomear intelectuais como conselheiros reais. Por essa razão, tais monarcas foram chamados de déspotas esclarecidos, e seus governos, nos quais foram implementadas reformas econômicas e políticas, ficaram conhecidos como absolutismo ilustrado.
Jantar dos enciclopedistas, gravura de Jean Huber (1721-1786). Pensadores ligados ao Iluminismo
Fazendo um paralelo entre as monarquias absolutas da Inglaterra e da França e as monarquias absolutas da Inglaterra e da França e as monarquias dos déspotas esclarecidos. As primeiras atingiram uma posição econômica e política predominante no cenário europeu, graças ao seu desenvolvimento histórico, com o poder real se firmando paulatinamente e promovendo a expansão de atividades econômicas modernas e dinâmicas que fortaleceram novas classes de mercadores e negociantes. Já as monarquias sob o chamado despotismo esclarecido foram o resultado de uma política reformista, com modificações impostas pelos monarcas aos seus súditos, numa desesperada tentativa de "queimar etapas" e alcançar as monarquias de países como a França e a Inglaterra. Países que passaram por essa experiência foram a Rússia, a Áustria, a Prússia, a Espanha e Portugal. Seus monarcas e classes dirigentes esperavam, com algumas medidas baseadas em teorias dos pensadores iluministas, resolver o problema do "subdesenvolvimento".
A maioria desses países era fundamentalmente agrária com uma população de servos. Este, pelo menos era o caso do Império Russo e do Sacro Império, entre os séculos XVII e XVIII. A primeira tentativa de modernização da Rússia foi feita por Pedro I, o Grande (1682-1725), da dinastia Romanov. Esse tipo de modernização sem mudar a estrutura resultou em situações contraditórias. Por exemplo, a seguidora de Pedro, Catarina a Grande, tornou a lei da servidão ainda mais severa, buscando aumentar a produção. Uma contradição na política de modernização.
A Áustria, suprimiu a servidão e realizou uma espécie de reforma agrária, além de decretar a liberdade de imprensa e a tolerância religiosa, a fim de submeter a Igreja católica ao Estado.
A Prússia realizou importantes reformas. Amigo de Voltaire, o rei Frederico II (1740-1786), chamado de o "rei filósofo", incentivou a educação popular, abrindo escolas e tornando-as obrigatórias para todos. Aboliu a tortura e modificou a Justiça. Incentivou as manufaturas estatais e a industrialização, favorecendo também o comércio. Entretanto, a estrutura social permaneceu a mesma: nobreza, burguesia, uma pequena classe operária e servos.
Na Espanha, o exército e as universidades foram reorganizados. O governo controlou a Inquisição e expulsou os jesuítas, que tinham grande influência no Estado espanhol.
Em Portugal, o despotismo esclarecido foi marcado pela ascensão ao trono de José I (1750-1777), que se serviu dos préstimos do marquês de Pombal, iluminista português. Pombal foi designado ministro de Estado e tomou uma série de medidas modernizadoras: fundou a Companhia Vinícola do Alto Douro, para romper o monopólio inglês, pelo mesmo motivo que o governo espanhol, expulsou os jesuítas de Portugal, rompendo com a Santa Sé.
Brasil na política de Pombal
Pombal criou companhias de comércio, esperando aumentar a produção geral da colônia.
O ministro D. José iniciou sua política reforçando o tráfico de escravos negros para regiões carentes de mão-de-obra. Incentivou, ao mesmo tempo, a produção do açúcar pernambucano, para fazer frente à crescente concorrência das Antilhas.
Marques de Pombal, governou Portugal como ministro de D. José I, de 1750 a 1777.
Foi no período de Pombal que se restaurou o poder das casas de fundição e foi instituída uma taxa anual de 100 arrobas de ouro, que a colônia era obrigada a pagar independentemente da quantidade de minério extraída.
Em 1763, Pombal transferiu a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Um de seus objetivos tinha o caráter militar de aproximar a administração do local de conflito com os espanhóis: a Colônia do Sacramento, na região do rio Prata. Porém, a razão mais importante que levou o ministro a mudar a capital para o Rio foi a proximidade com o centro econômico, que era a região mineradora.
PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único