O suicídio do presidente Getúlio Vargas
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O suicídio do presidente Getúlio Vargas


Nos primeiros dias de agosto, um incidente desencadeou os acontecimentos que culminaram no trágico fim de Vargas.

Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas, planejou um atentado contra Carlos Lacerda, o mais feroz crítico do governo. Na noite de 5 de agosto de 1954, depois de participar de uma reunião em que se tramava o movimento contra o governo, Lacerda foi ferido e um oficial da aeronáutica, major Vaz, morto.

Os  militares iniciaram um movimento exigindo a punição dos culpados. Eduardo Gomes, o velho líder tenentista e antigetulista radical, começou a articular a queda de Vargas. No Congresso, os deputados e senadores da UDN repetiam: Renúncia! Renúncia! O presidente deve ser deposto!

A Aeronáutica instalou uma base no aeroporto do Galeão com o objetivo de investigar diretamente o crime. Isso significava não reconhecer a autoridade do governo.

As investigações feitas pela República do Galeão nome pelo qual ficou conhecido o grupo de oficiais da Aeronáutica, concluíram que a ordem para o atentado contra Lacerda e o major Vaz havia partido do palácio presidencial. Gregório foi imediatamente preso.

Getúlio Vargas não teve ligações diretas com o atentado, pois sabia que politicamente isso significava seu fim, e por isso estava surpreso diante dos acontecimentos.

Toda imprensa pedia a cabeça de Getúlio. O vice presidente, Café Filho, compactuando com os conspiradores, também pedia a renúncia de Vargas. Porém, ele parecia não estar disposto, em hipótese alguma, a abandonar a presidência da República, pois sentia-se compromissado com a nação.

No dia 22 de agosto, surgiu o Manifesto dos Generais, exigindo a renúncia do presidente. Na noite de 23 de agosto de 1954, Getúlio Vargas reuniu seu ministério e disse que não renunciaria, mas poderia licenciar-se para evitar um levante (motin). Ele pedia garantias a certos militares. Zenóbio da Costa, seu ministro da Guerra transmitiu as decisões de Vargas aos outros militares, mas estes queriam somente a renúncia. não negociaram nenhuma outra alternativa.

Getúlio Vargas sabia que estava cercado. Os conspiradores contavam com o vice-presidente Café Filho em suas fileiras e já preparavam um novo governo. Na manhã do dia 24 de agosto de 1954, o rádio anunciou que o presidente Getúlio Vargas se suicidara. Foi o último ato político de Getúlio, que visava a seus inimigos, impedindo a tomada do poder pelos conspiradores.

Edição Extra do jornal paulista Última Hora de 24 de agosto de 1954.

 

Vargas deixou uma carta-testamento e, à medida que esse documento ia sendo transmitido pelo rádio, o povo concentrava-se nas ruas.

Cada aglomeração de populares nas ruas do Rio de Janeiro transformava-se em manifestações de protesto. Verdadeiras ondas humanas percorriam as ruas da cidade. O jornal a Tribuna da Imprensa, de propriedade de Carlos Lacerda, foi um dos primeiros alvos da vingança popular, e a polícia a muito custo conseguiu conter algumas depredações.

O Partido Comunista, que até no dia do suicídio de Vargas havia considerado o líder um "instrumento servil do imperialismo", depois de ver as manifestações espontâneas das massas, precisou rever rapidamente suas posições e acompanhar a maioria da população brasileira em sua demonstração de repúdio.

A tentativa de golpe por parte da UDN e dos militares conservadores e entreguistas não deu totalmente certo. Café Filho assumiu, mas teve uma série de problemas para governar.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Technorati Marcas: suicídio de Vargas,Café Filho

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