Para muitos que viveram nos países da Europa Ocidental entre 1871 e 1913, aquele foi um período sem paralelo, de paz, progresso e esperanças. Havia um sentimento difundido de que a humanidade tinha ganhado a batalha da civilização, de que os temores da pobreza e da ignorância pertenciam a um passado enterrado. Seus contemporâneos chamavam o período de "Era do Progresso". Mas sob essa calmaria, havia uma turbulência cujo resultado foi a eclosão da I Guerra Mundial. O chamado período da "Paz Armada".
Sistemas de Alianças e Crises Internacionais
Enquanto a superfície da vida européia parecia prometer muito para a perpetuação da paz, havia forças poderosas orientadas no sentido da guerra. As principais eram o nacionalismo, o imperialismo e o militarismo. O conflitante sistema de alianças, os problemas não resolvidos nas negociações internacionais, o conceito de soberania nacional ilimitada, tudo isso fez com que um acidente de pequena proporção fosse o estopim para uma grande catástrofe. Os governos das nações eram sensíveis às considerações sobre "prestígio" e "honra", da mesma forma como eram os homens daquela época, que, por iguais razões, iam a duelo. Todos os estadistas tinham receio de que alguma potência rival pudesse tomar uma parte do território ou formar uma coalizão, ou que seu país fosse ignorado na definição de alguma "questão européia".
Montagem do Sistema de Alianças
Até o ano de 1905, as desconfianças mútuas entre as seis grandes potências - Inglaterra, Alemanha, Áustria-Hungria, França, Rússia e Itália - evitaram um claro alinhamento em dois blocos, e dessa forma tornavam improvável uma guerra generalizada. Após 1905, há uma cristalização do sistema de alianças: França, Rússia e Inglaterra formam a Tríplice Entente; Alemanha, Áustria-Hungria e Itália formam a Tríplice Aliança, sendo que essa última ocupa uma posição ambígua. Depois dessa separação da Europa em dois campos armados, incidentes e crises tornaram-se cada vez mais perigosos. Uma série de crises ocorreu durante os anos de 1905-1914 e, embora em cada caso a guerra tenha sido evitada, um crescente rancor acompanhava cada derrota diplomática, enquanto a arrogância crescia em cada vitória. Os perdedores resolviam não mais serem pegos e os ganhadores aumentar suas vantagens tanto quanto possível.
fonte: Apostilas ETAPA
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