O Renascimento iniciou-se na península Itálica e expandiu-se nos séculos XV e XVI para outras partes da Europa. Para se entender porque esse movimento se iniciou ali, é preciso lembrar que essa foi uma das primeiras regiões da Europa onde o renascimento comercial e o urbano se manifestaram. Desde o século XI, existiam na península repúblicas marítimas e cidades independentes (Veneza, Amalfi, Pisa, Gênova, Luca, Florença e Milão) onde predominava o trabalho livre e artesanal e havia uma relativa igualdade jurídica entre os cidadãos. O desenvolvimento do comércio incentivou uma rica e movimentada vida urbana que atraía os camponeses e a aristocracia e, por isso, parte da nobreza transformou-se numa aristocracia urbana, voltada para o comércio. Os sistemas corporativos da Idade Média foram superados por uma forma de livre concorrência que vigorava nas cidades. Essas condições vigentes nas repúblicas italianas foram fundamentais para o Renascimento, enquanto em outras partes da Europa ainda predominava o sistema senhorial e feudal, baseado na servidão e na vassalagem.
O Renascimento cultural na península Itálica contou também com outros fatores favoráveis. Em primeiro lugar, houve uma movimentação de pensadores vindos do oriente. Constantinopla tinha sido tomada pelos turcos, o que provocou a fuga de alguns pensadores do rico Império Bizantino. Depois, não se pode desprezar a herança da rica cultura árabe que se sedimentou na Sicília, servindo de base para uma renovação, em especial na medicina e na matemática.