A Plaza de Mayo, onde fica a Casa Rosada, sede do governo argentino, foi cenário de muitos acontecimentos relacionados aos governos militares. Mesmo depois do fim da ditadura, a Plaza de Mayo continua sendo um importante espaço de manifestação popular em Buenos Aires.
Manifestação na Plaza de Mayo, Buenos Ayres, Argentina
As mães da Plaza de Mayo
Todas as semanas, na mesma hora, elas se reuniam em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, para pedir justiça aos filhos desaparecidos nos sangrentos anos da ditadura. As "madres de Plaza de Mayo" se tornaram um dos símbolos da resistência ao regime militar argentino, que ocorreu entre os anos de 1976 e 1983. Um movimento que começou com um grupo de apenas catorze mães exigindo notícias de seus filhos desaparecidos e obteve reconhecimento internacional como uma das principais instituições civis de luta contra os crimes cometidos pela ditadura, sendo inclusive indicada ao Prêmio Nobel da Paz.
Segundo estimativas oficiais, 9 mil pessoas desapareceram nos organismos de repressão militar argentina. Número que sobe para 30 mil quando os cálculos são feitos pelos organismos de direitos humanos. Um dos expedientes mais utilizados na ditadura argentina era justamente o dos desaparecimentos.
Delia Morel carrega cartaz com fotos de filhos desaparecidos durante a ditadura, em marcha organizada pelo grupo de Mães da Praça de Maio, Buenos Aires, Argentina (2002)
Os órgãos de repressão seqüestraram os opositores ao regime e, na maior parte das vezes atirava-os de um avião no Rio da Prata. Sem notícias de seus filhos, as mães percorriam igrejas, delegacias, prisões e gabinetes políticos à procura de ajuda.
Entre estas buscas, em abril de 1977, elas decidiram se reunir na conhecida Praça de Maio, em Buenos Aires, para conseguir a intervenção do então presidente Jorge Videla, exigir notícias sobre seus filhos desaparecidos e pedir a punição dos responsáveis.
Azucena Villaflor de De Vicenti (1924-1977). Primeira Líder das Mães da Praça de Maio, associação formada para repudiar os crimes da ditadura argentina e lutar pelos direitos dos desaparecidos e suas famílias. A associação ajudou a descobrir a ligação entre as ditaduras latino-americanas na Operação Condor. Em 1977, Azucena foi seqüestrada e assassinada pela ditadura militar.
Como marca registrada, as mulheres passaram a utilizar lenços brancos sobre a cabeça e exibir cartazes com as fotos e os nomes dos parentes desaparecidos. E ali, na Praça de Maio, continuaram, semana a semana, todas as quintas-feiras às três e meia da tarde resistindo aos cassetetes da polícia às ameaças de prisões e mortes. Em dezembro de 1977, Azucena Villaflor de De Vicenti, a primeira líder das mães, foi seqüestrada e assassinada pelos organismos repressivos da ditadura militar.
SOSNOWSKI, Alice. As mães da Praça de Maio, 2000. http://txt.estado.com.br/edição/especial/seculo/designer/temas/ditad/ditad4.html Acesso: 27/12/2005
Assassino em Liberdade
Apesar dos milhares de pessoas torturadas e assassinadas durante as ditaduras na América Latina, poucos responsáveis foram punidos. Alguns torturadores foram eliminados pelos próprios governos militares para que não testemunhassem contra seus superiores. Mas muitos continuam em liberdade, sem nunca terem sido julgados por seus crimes.
CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.
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