A vida urbana e as doenças (parte I)
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A vida urbana e as doenças (parte I)


Na virada do século XIX para o século XX, o Brasil ainda era um país essencialmente agrícola. O café se mantinha como o principal produto de exportação, e a maior parte da população vivia no campo. Nessa época, no entanto, começou a aumentar cada vez mais o número de pessoas que trocavam a vida rural pela vida urbana. Alguns fatores contribuíram para isso.

Um deles foi o crescente interesse dos cafeicultores e grandes comerciantes em diversificar seus investimentos. Muitos passaram a investir o lucro de seus negócios na indústria, processo que acelerou o número de fábricas instaladas no Brasil.

Em 1907, por exemplo, existiam apenas 3,1 mil fábricas no país; já em 1920 esse número ultrapassava os 13 mil. Nos primeiros anos do século XX, o Rio de Janeiro era o principal pólo industrial brasileiro; duas décadas mais tarde esse posto já era do estado de São Paulo.

Ao mesmo tempo que se industrializava, a capital paulista via sua população aumentar em um ritmo alucinante: no fim do século XIX viviam apenas 65 mil pessoas em São Paulo; em 1920, já eram 580 mil habitantes.

Além do acelerado processo de industrialização, outro fator que contribuiu para o aumento da urbanização do país foi a crescente imigração verificada a partir do fim do século XIX. Estimulados por promessas de emprego nos cafezais e nas indústrias, milhares de europeus fugiram das péssimas condições de vida em seus países e se mudaram para o Brasil em busca de um futuro melhor.

Entre 1887 e 1930, mais de 3,8 milhões de estrangeiros se instalaram no Brasil. Os maiores contingentes vieram de Portugal, Itália, Espanha e Alemanha. Inicialmente, a maior parte dessas pessoas se estabeleceu na zona rural trabalhando nas fazendas de café.

No entanto, os baixos salários, a violência praticada pelos fazendeiros e a falta de infra-estrutura fizeram com que muitos imigrantes retornassem a seus países de origem. Outros preferiram se mudar para as cidades, em busca de emprego nas indústrias, onde chegavam a trabalhar de dez a catorze horas diárias, sem direito a férias nem descanso remunerado.

continua no próximo post...

CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é história. ensino fundamental.

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