Industrialização no Brasil
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Industrialização no Brasil


O processo de industrialização no Brasil está diretamente ligado à acumulação de capital vindo da lavoura do café. A introdução da mão-de-obra assalariada, e a conseqüente extinção da mão-de-obra escrava, na lavoura cafeeira foi o passo mais importantes para a inserção do Brasil nos quadros do capitalismo mundial. A instalação de um sistema bancário, companhias ferroviárias e a mecanização de algumas fazendas de café em São Paulo eram o resultado da dinamização do mercado brasileiro.

O papel do capital cafeeiro do século XIX

Foi na segunda metade do século XIX, mais precisamente na década de 1880, que o Brasil iniciou seu processo de uma incipiente industrialização. No ano da implantação da República, já contávamos com 636 fábricas, que empregavam mais de 54 mil operários. A industrialização brasileira não pode ser comparada à dos Estados Unidos na mesma época, onde o petróleo e o aço desencadearam a Segunda Revolução Industrial. Em 1901, por exemplo, havia se formado a poderosa usina de aço United States Steel Corporation, com um capital de mais de 1 bilhão e meio de dólares. Como país de economia dependente, nossa industrialização era pequena e subordinada ao capital vindo da exportação do café.

O café trazia muita riqueza e concentrava enormes lucros, principalmente nas mãos dos paulistas. Essa burguesia não aplicava somente nas fazendas: fazia investimentos em bancos, em estradas de ferro e em fábricas.

Os exportadores estrangeiros também se aventuravam no campo da industrialização. A Companhia Antártica Paulista, por exemplo, era propriedade de exportadores alemães.

Com o capital que vinha da exportação do café, importavam-se ferramentas, máquinas necessárias para as indústrias e equipamentos. Todos  esses materiais transformavam-se em empresas produtoras de bens de consumo não-duráveis (alimentos e têxteis).

O crescimento da demanda levava o importador a fabricar determinados produtos no Brasil, principalmente os alimentícios, pois o demorado transporte do exterior para cá fazia com que certos produtos corressem o risco de chegar deteriorados. As indústrias de base (metalurgia, mecânica e química) ainda não representavam um setor em expansão. O Brasil continuava um país agrário.

A consolidação da indústria

A crença de que os empresários brasileiros de origem imigrantes chegaram pobres da Europa e, graças a seu árduo trabalho, tornaram-se ricos não corresponde à realidade. A família Matarazzo, por exemplo, já chegou ao Brasil com capital acumulado na Itália, que, aqui aplicado em atividades rendosas, multiplicou a riqueza das empresas Matarazzo.

Os interesses dos grandes cafeicultores se misturavam com os desses imigrantes empresários no momento que os casamentos interfamiliares ajudaram na fusão dos capitais: formava-se assim a burguesia brasileira.

Mas essa burguesia brasileira teve formação diferente da européia ou norte-americana. Ela nasceu dependente das condições do mercado dos países capitalistas adiantados. E por essa razão não se formou em nosso país uma burguesia mais dinâmica, como na Europa e nos Estados Unidos.

Os investimentos estrangeiros na área da indústria foram sempre de pequena monta, nessa fase da história de nossa industrialização, pois se voltavam muito mais para a área de serviços. Por exemplo: a The São Paulo Railway Light and Power Co., a famosa empresa canadense, instalou-se no Brasil para fornecer energia para os seus bondes elétricos.

Por isso, já antes da Primeira Guerra Mundial, os artigos produzidos no Brasil atendiam pouco mais da metade das necessidades do mercado. Com a Primeira Guerra, não houve propriamente um surto industrializante, como até há pouco tempo se pensou.

O que ocorreu foi que o desenvolvimento do conflito europeu forçou a produção de determinadas matérias-primas, que antes eram importadas: o ferro-gusa e o carvão-de-pedra são dois importantes exemplos.

Na década de 1920, já existiam mais de 13 mil fábricas, empregando 270 mil operários.

O crescimento da industrialização em especial a indústria de base, que começava a se expandir juntamente com o crescimento da classe operária, só fez acelerar o processo de decadência da República Velha.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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