As decisões executadas pelo Congresso de Viena garantiram a paz na Europa por pelo menos quarenta anos. Devem-se acrescentar ainda às medidas de ordem territorial as seguintes decisões:
Conservadorismo em 1815
Por parte dos governos ocorreu uma reação contra tudo que pudesse lembrar a Revolução e Napoleão. Muitos soberanos restabeleceram o Absolutismo, e onde implantaram regimes constitucionais o poder foi organizado de tal forma que decisões fundamentais se concentravam nas mãos dos monarcas. Foram restabelecidas a censura e a religião oficial do Estado.
O obscurantismo alastrou-se pela Europa: no Reino Sardo-Piemontês foi destruído o Jardim Botânico de Turim, porque fora construído por Napoleão; a vacina foi proibida nos Estados da Igreja. Na França instaura-se o caos. A burguesia que sobrevivera ao terror voltava ao cenário urbano exibindo-se nas ruas. O novo ar burguês dominou a própria Convenção. A jeunesse dorée (juventude dourada), ostensivamente saudosa da monarquia, passou a atuar como um esquadrão de ataque antijacobino, organizando-se em gangues e espancado com rebenques os antigos militantes, fechando-lhes os clubes. No interior da França, com o auxílio das Companhias de Jesus e Companhias do Sol, bandos de católicos vingativos, assumiram a tarefa de aplicar o chamado "Terror Branco", caçando aos republicanos radicais e bonapartistas. O marechal Ney e vários oficiais de Napoleão foram condenados à morte e fuzilados. Todos os "regicidas", ou seja, os antigos convencionais que haviam votado pela execução de Luís XVI foram banidos.
Sociedades Secretas
A imposição da nova ordem, a remodelação do mapa da Europa sem qualquer consideração às etnias e nacionalidades, o fechamento de quaisquer canais de comunicação entre a oposição e os novos governos provocaram um duplo movimento de oposição: liberal e nacional.
Nos estados em que foi restaurado o Absolutismo, os liberais lutavam por uma Constituição, pelas liberdades individuais. Os nacionalistas lutavam pela independência da nação submetida ao domínio estrangeiro, ou pela unidade nacional onde ocorreram divisões, como na Itália e na Alemanha.
Como as manifestações de oposição eram proibidas, organizam-se e ganham força várias sociedades secretas: os carbonários, os maçons, etc. Algumas organizações fazem atentados contra monarcas e políticos ligados à ordem estabelecida.
Santa Aliança
A Santa Aliança teria nascido do misticismo de Alexandre I, czar da Rússia, ele propôs aos outros príncipes cristãos reunidos em Viena governarem seus países de acordo com os "preceitos da Justiça, Caridade Cristã e Paz e a formação de um bloco de potências, cujas relações seriam reguladas pelas "elevadas verdades presentes na doutrina de Nosso Salvador". Todavia, com a interferência do chanceler austríaco Metternich, a Santa Aliança foi apenas um instrumento da restauração monárquica. Foi escolhido o nome de Santa Aliança para designar esse bloco militar que se estendeu até as revoluções européias de 1848.
czar Alexandre I
Em setembro de 1815, Alexandre I, propõe ao rei da Prússia, Frederico Guilherme III, ao imperador da Áustria, Francisco I, um documento, feito em nome da "Santíssima Trindade" para unir as potências cristãs (ortodoxa, protestante, católica) e preservar a Europa de tendências revolucionárias. Posteriormente, outras nações aderiram ao documento.
Frederico Guilherme III
Francisco I
Intervencionismo e os Congressos
Um acordo foi feito em novembro de 1815, no qual os soberanos da Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria renovam uma aliança feita anteriormente (1814), tinha como alvo não só prevenir-se do imperialismo francês, bem como organizar a união dos aliados visando à manutenção da paz.
A paz deveria ser garantida por meio de conferências ou congressos periódicos, reunindo representantes das quatro potências.
A aplicação desse acordo resultou numa política de intervenções onde quer que a ordem pudesse ser perturbada por revoltas. Chegou-se a chamar esse processo de intervenções de Sistema Metternich. Mas, Metternich, não foi o único a adotar essa política intervencionista.
Obscurantismo: Estado de ignorância, doutrina dos que se opõem ao progresso material e intelectual. |
continua no próximo post...
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