No ano de 1960 iniciou-se a campanha para a eleição do novo presidente da República.
O prestígio do ministro da Guerra general Henrique Teixeira Lott, foi suficiente para que a coligação PTB/PSD, que havia dado respaldo político para Juscelino, lançasse a candidatura do militar. Ele seria o representante das correntes progressistas.
No lado mais conservador, reinavam divergências. Os setores mais tradicionais da UDN lançaram a candidatura de Juraci Magalhães, político ultraconservador. O setor mais ligado aos militares, comandado por Carlos Lacerda, insistia em lançar um candidato que tivesse um perfil populista, ou seja, queria usar as mesmas armas do getulismo. Seria um populismo de direita. A chance de a UDN ganhar as eleições estava em apoiar a candidatura do excêntrico ex-governador de São Paulo Jânio Quadros.
O estilo moralista, prometendo uma limpeza na administração pública, calava fundo no coração arrivista (sem escrúpulos) da pequena burguesia urbana. A candidatura de Jânio Quadros recebeu também o apoio de pequenos partidos, como o PDC (Partido Democrata-Cristão).
As eleições realizaram-se no dia 3 de outubro de 1960, dando uma vitória esmagadora ao candidato Jânio Quadros. A UDN havia finalmente vencido, depois de tentar, através de golpes, conquistar a presidência da República.
A política inflacionária de Juscelino, o aumento do custo de vida e a crescente movimentação das massas populares, que assustavam a pequena burguesia, foram fatores que contribuíram para a vitória de Jânio.
JK
Juscelino Kubistschek foi o único presidente civil eleito durante a Guerra Fria a conseguir terminar seu governo. Seu antecessor Getúlio Vargas, morreu, Seus sucessores, Jânio Quadros e João Goulart abandonaram o cargo. Talvez por isso JK seja muito admirado pelos políticos brasileiros.
Todos por um Não há político brasileiro que não sonhe ser JK. Modelo de estadista, ele inspira de Fernando Henrique a Lula com fórmula simples: projetos viáveis e habilidade política. "Acho que o melhor presidente que o Brasil já teve foi JK. Não acredito em quem não tem objetivos, não tem projetos, não sonha alto. Eu acredito em gente como Juscelino". Depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil. "Juscelino foi um homem de ação, de resultados. JK alcançou o que poucos alcançam: criar uma nova identidade nacional". Frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que mais de uma vez disse ser JK um exemplo de estadista. JK é o modelo de estadista para todo aspirante à política. Não raro, durante as campanhas eleitorais, encontra-se a foto de JK estampada num calendário ao lado de um candidato a vereador. Todo presidente civil depois da democratização do país (José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique) disse ser em certo grau JK. [...] Na realidade, [...] todos fingem ser JK [...] Collor e Fernando Henrique elegeram-se com programas contrários a JK. A marca da gestão de Juscelino foi o gasto de dinheiro público (atribuiu-se a ele a paternidade da inflação galopante no Brasil) e a atração de dinheiro de investidores estrangeiros. [...] No caso da simpatia com o capital estrangeiro (ação que permitiu a instalação de diversas multinacionais no Brasil), JK é modelo para Collor e Fernando Henrique. Mas em relação aos gastos públicos, Collor e Fernando Henrique tomaram outro caminho. Ambos cortaram gastos, aumentaram impostos e privatizaram a economia. Foram antiestatizantes e, portanto nesse sentido, anti-JK. WEBER, Luiz Alberto. Todos por um, Correio Braziliense, 15/5/2002. |
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único. CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.
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