Exposição Colectiva | 17.30 | 10 de Abril 2014 | Galeria História e Arte | Bragança
Artes Plásticas

Exposição Colectiva | 17.30 | 10 de Abril 2014 | Galeria História e Arte | Bragança


SANTA MORTE
Reflexos viáticos da irrepetibilidade dos Passos
Colectiva de 
João Ferreira-Janjã
Manuel Teles
Miguel Moreira e Silva








































Desde o gesto de deposição de ocre sobre os corpos dos mortos no paleolítico até às esculturas fúnebres dos cemitérios oitocentistas a prática artística parece ter estado sempre próxima do grande mistério – A Morte.
No entanto, contemporaneamente, a pressão do tabu é inevitável, constrangem as ideias metafísicas que o envolvem e o âmbito de estudo científico, demográfico, filosófico ou literário apesar de paliativo na desmontagem metodológica do medo, separa abissalmente a Morte do cidadão comum e da linguagem do quotidiano. Para melhor entender a narrativa criada na presente mostra colectiva, encontramos amparo nas palavras de Philippe Ariès: A atitude antiga, em que a morte é simultaneamente familiar, próxima e atenuada, indiferente, opõe-se muito à nossa, em que a morte provoca medo, a ponto de nem ousarmos dizer-lhe o nome (…) Uma nova forma de pudor exige que se oculte o que outrora era necessário expor ou mesmo simular: o desgosto (…) A morte deixou de ser o lugar da tomada de consciência do indivíduo e hoje não é mais do que o inverso do que é visto, conhecido, falado…
A presente exposição regista o próximo e o diferente numa perspectiva colectiva que se pretende propiciadora à fraterna comunhão da nossa condição de mortais de irrepetíveis passos. Não se pretende fomentar o simples prazer da transgressão explorando um tema tabu mas sim comunicar inquietações comuns. Eventualmente, não fugindo aos paradigmas contemporâneos, poder-se-á suscitar, ou melhor, partilhar a dúvida.
Os autores representados, João Ferreira-Janjã, Manuel Teles e Miguel Moreira e Silva, não só partilham o mesmo tempo mas também o espaço – interior transmontano. O contexto de fraca densidade populacional, abandono, e envelhecimento é inquestionavelmente revelador da original transversalidade do tema que emerge espontâneo nas diferentes práticas artísticas dos autores agora reunidos nesta exposição.
Emília Nogueiro 



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