O Auditório da Reitoria se encheu de cor na tarde desta quinta-feira, 26 de agosto. A plateia teve a oportunidade de assistir ao documentário Bianchetti, de Renato Barbieri. O filme conta a história do artista plástico Glênio Bianchetti, que chegou a Brasília em 1962 para ajudar a construir a UnB. A exibição faz parte da programação de lançamento da Revista DARCY, publicação de jornalismo científico da Universidade de Brasília. Na terça-feira, 31 de agosto, uma roda de choro de alunos completará a programação do lançamento, às 9h30, no Ceubinho.
A história do artista se mistura à história da universidade. Glênio foi convidado por Darcy Ribeiro para dar aulas no Instituto Central de Artes, o ICA. A história de Glênio e do ICA são contadas na 4ª edição da revista.
"DARCY conta um pouco da história da universidade", afirmou o reitor José Geraldo de Sousa Junior. "Uma história que começa com arte, muita arte". Ele lembrou a relevância de Bianchetti no contexto da fundação da UnB. "Estamos lançando a revista com a presença de um daqueles mestres que sonhou fazer a melhor universidade do mundo".
"Esse negócio da gente querer fazer a melhor universidade do mundo é muita pretensão, mas a gente pode fazer. Eu nunca me senti tão brasileiro pensando assim", disse Bianchetti, presente à sessão. "Estou muito satisfeito de voltar à UnB, que eu considero extensão da minha casa", afirma. "Meus amigos saíram praticamente todos daqui".
"Estamos falando da UnB no documentário. Tem outro sabor assisti-lo aqui. Foi o que trouxe o Glênio para cá", disse Renato Barbieri, diretor do documentário.
Alexandre da Silva, aluno de Letras, não conhecia a obra do artista e ficou tocado com o que viu. "Tive a clara impressão de que a sensibilidade sem o ofício diário não leva ninguém muito longe". Alexandre elogiou o compromisso da revista DARCY como tradutora da história da universidade. "A revista faz um trabalho profissional e isso vai refletir na percepção dos alunos para recuperar o espírito da utopia da criação".
Essa utopia inicial da UnB dominou o debate que se seguiu á exibição do filme. "Precisamos nos realimentar de utopia em matéria de conhecimento. Não há hierarquia entre artes, ciência, filosofia,humanidades. Nossa missão é construir um diálogo entre elas", concordou o reitor. "A gente percebe uma retomada desse espírito inicial de construção da UnB, de valorizar a arte. Sem arte não somos nada", disse Izabela Brochado, diretora do Instituto de Artes (antigo ICA).