Morreu o professor aposentado do Departamento de Artes Visuais Douglas Marques de Sá. Ele teve uma parada cardíaca na noite de terça-feira. Douglas entrou na UnB em 1972 e foi responsável pela formação de outros professores que hoje dão aula na Universidade. O corpo será cremado na quinta-feira, 9 de dezembro, às 14h.
A professora Marília Paritz, do Departamento de Artes Visuais, foi aluna de Douglas na década de 70. ?Entrei na UnB em 77 e logo em seguida cursei a disciplina Oficina de Desenho com ele?, conta. Ela lembra que as aulas eram ao ar livre e os alunos tinham que desenhar as paisagens do campus Darcy Ribeiro e de Brasília. ?Ele desenhava muito bem a cidade e passagens da construção de Brasília. Essa era a matéria poética para ele?, diz.
Reprodução/UnB Agência |
Obra do professor Douglas Marques de Sá compõe acervo do gabinete do reitor |
Assim como Marília, outros professores passaram pelas salas de aula de Douglas de Sá. Vicente Barrios, Nelson Maravalhas, Elisa Martinez e Renata Azambuja são alguns deles. Marília considera o professor Douglas uma inspiração. ?Bons professores e bons artistas são sempre inspiradores para os que vem depois?, elogia.
Douglas formou-se em Pintura pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Foi professor dessa escola e também da Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Em 1972 veio para a UnB lecionar no Instituto Central de Artes.
ARTE CONTEMPORÂNEA ? A professora do Departamento de Artes Visuais, Grace de Freitas, foi contemporânea na universidade do professor Douglas. ?Ele era uma pessoa extraordinária com a qual tive o prazer de conviver?, lembra. Ela participou, na década de 80, da comemoração dos 25 anos de pintura de Douglas. ?Ele já era um artista bastante louvado pelo público e pela crítica. Tem uma contribuição muito grande para a arte contemporânea no Brasil?, destaca.
Na Universidade de Brasília, foi coordenador do Ateliê de Desenho e Chefe do Departamento de Desenho. Entre 1980 e 1982, foi vice-presidente da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB). Chegou a candidatar-se a reitor. Aposentou-se em 1991. Douglas recebeu em 1966 o prêmio Viagem ao Estrangeiro, no XV Salão Nacional de Arte Moderna, considerada uma das principais premiações nas Artes na época.
Na quinta feira, 9 de dezembro, o velório será no Cemitério Campo da Esperança, das 9h às 12h. O corpo será cremado, segundo seu desejo, no Crematório de Valparaíso (GO).
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O CAVIS lamenta a morte do professor, mesmo sendo de uma geração de alunos mais recente que não chegou a conhecê-lo. Os professores de artes carregam com si um encanto pela vida muito peculiar, próprio à linguagem que estudamos com tanta dedicação e sensibilidade.