Madrid e as brigadas
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Madrid e as brigadas


Entre 17 de junho de 1936 e 1º de abril de 1939, os espanhóis travaram uma das mais cruéis guerras civis da História. O General Franco tinha como principal objetivo ocupar Madrid cuja captura terminaria a guerra. Uma Brigada Internacional de Voluntários, com cerca de 60% de comunistas, de mais de 50 países foi reunida em Albacete, tendo recebido algumas semanas de treinamento e sido enviada para a frente de batalha, em Madrid, num momento crítico.
O povo de Madrid, e os milicianos sem qualquer treinamento haviam detido o avanço de Franco. Franco tentou o bombardeamento terrorista de Madrid, com seus aviões alemães, mas isto só serviu para aumentar a vontade de resistir dos enfurecidos madrilenhos. A milícia, formada por cerca de 80 mil homens e também mulheres, aguentara o principal choque do ataque pelos insurretos (pessoa que se rebela contra algo).
Nos dias cruciais de 7 a 12 de novembro de 1936, os Internacionais - perto de 3 500 homens - foram lançados na brecha que se abrira na Cidade Universitária, nos limites ocidentais da capital. O mais pesado e principal ataque pelo exército de Franco verificou-se no domingo, 8 de novembro. Nessa tarde, as Brigadas Internacionais - em maioria composta de alemães e franceses - chegaram de Albacete, desfilando em parada, com canções revolucionárias pela cidade, em direção à frente de Batalha, onde a maioria morreu nos dez dias seguintes. No dia 9 de novembro, foram eles que suportaram o grosso do ataque à Cidade Universitária.
Os historiadores ainda discutem sobre se a Brigada Internacional salvou Madrid. A verdade é que ajudou a salvar Madrid. Houve glória suficiente para todos. A heroína comunista Dolores Ibárruri, conhecida como La Pasionaria, repetiu o grito: "Eles não passarão"! - No pasarán! - e o inimigo não passou.
Adaptado de MATTHEWS, Herbert L. Metade da Espanha morreu: uma reavaliação da guerra civil espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975, p. 1-7.
Dolores Ibárruri, conhecida como Lá Pasionaria. Líder comunista espanhola
O governo de Franco
Uma das razões da [...] permanência [de Franco por tanto tempo] no poder é o horror a uma nova guerra civil. Oficialmente incensado (adulado, elogiado, bajulado), secretamente atacado, mais talvez que nenhum chefe de Estado, Franco permaneceu porque a sua partida abriu a porta a uma aventura que os espanhóis durante muito tempo julgaram terrifica. (aterrorizante) [...]
Franco nunca deixou de utilizar sucessivamente, ou umas contra as outras, as peças da Igreja, do exército, da Falange, dos sindicatos, [...] dos economistas, das forças sociais [...] [Franco] tinha conseguido consolidar um poder quase absoluto.
O único princípio de legitimidade que ele tinha reconhecido para si próprio  é aquele que fez gravar nas moedas de 5 pesetas: "Pela graça de Deus".
Nos primeiros anos, os conselhos de ministros duravam por vezes de 8 a 9 horas a fio e ele era o único que permanecia sempre imóvel. Ele tomava todas as decisões, as quais eram sem apelo.
NIEDERGAND, Marcel. O caudilho. In: FREITAS, Gustavo de, 900 textos e documentos de História. v. III. Lisboa: Plátano, s.d., p 292-3.
O vôo de Carrero Blanco
Luiz Carrero Blanco, primeiro-ministro da Espanha, morreu num atentado à bomba organizado pelo ETA em 1973. Nessa época, o general Francisco Franco já estava no poder há 34 anos.
O almirante Carrero Blanco, apontado como provável sucessor do ditador espanhol, fora nomeado primeiro-ministro há apenas alguns meses. Seu assassinato foi um dos fatores que contribuíram para o fim do franquismo.
Para alcançar seu objetivo, os membros do ETA, construíram um túnel sob uma rua pela qual Carrero Blanco passaria de automóvel.
Lá instalaram cerca de 500 quilos de explosivos, que, detonados jogaram o carro de Carrero Blanco a mais de 20 metros de altura. Depois do atentado, uma irônica frase tornou-se comum entre os opositores do governo Franco.
"Arriba España, arriba Franco, más alto que Carrero Blanco!".
FARFEL, Nicolas. O vôo de Carrero Blanco. História Viva. Ano I, n. 12, outubro de 2004, p. 20-1.
ETAEuzkadi Ta Azkatasuna (Pátria Basca e Liberdade). Grupo terrorista do País Basco, região que compreende uma parte do nordeste da Espanha e uma pequena parte do nordeste da Espanha parte do sudoeste da França. Fundado em 1959, luta pela independência de seu país.
Veja os principais ataques terroristas do ETA na Espanha

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.
Technorati Marcas: brigadas,governo Franco,Carrero Blanco
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