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O Reinado de Luís XIV (1643-1715)
Política Externa
Na política externa, Luís XIV pretendia fazer da França a maior potência européia, o que levou a uma política externa agressiva, envolvendo o país em inúmeras guerras na Europa que, no final, enfraqueceram a França. As primeiras guerras foram:
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Guerra da Devolução(1667-1668): em nome de pretensos direitos de sua esposa, Maria Teresa d'Áustria, filha do rei Filipe IV da Espanha, o rei exige os territórios dos Países Baixos espanhóis. Ante a recusa do então rei da Espanha, Carlos II (irmão de Maria Teresa), a tropas francesas ocuparam parte de Flandres e o Franco Condado. Pelo Tratado de Aix-La-Chapelle (1668), Luís XIV anexou dez cidades espanholas, entre as quais Lille, Douai e Charleroi.
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Guerra da Holanda (1672-1678): teve por motivo as medidas de retaliação tomadas pela Holanda contra a política protecionista de Colbert. De uma guerra localizada tornou-se um conflito europeu. Os holandeses defenderam bravamente seu país, abrindo os diques e provocando uma inundação para reter a invasão francesa. O líder da resistência foi Guilherme de Orange, que conseguiu formar uma coalizão contra Luís XIV, envolvendo o Sacro Império, a Espanha, Brandenburgo, o duque de Lorena e numerosos príncipes alemães. A Paz de Nimega (1678) garantiu à França a anexação do Franco Condado, e de cidades dos Países Baixos espanhóis, como Valenciennes, Cambrai e Mauberge.
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Guerra da Liga de Augsburgo ou Guerra do Palatinado (1668-1697): O motivo imediato foi a ocupação do Palatinado após a morte do eleitor Carlos, cuja irmã era cunhada de Luís XIV, fez com que este reclamasse em favor de seu irmão, Filipe de Orleans. Outro motivo para a guerra foi a disputa pela escolha do arcebispo de Colônia. O candidato de Luís XIV era o cardeal von Fürstenberg, bispo de Estrasburgo, contra Clemente da Baviera, candidato do papa e do imperador do Sacro Império. Em 1686 formara-se a Liga Defensiva de Augsburgo devido à política de anexações conduzida por Luís XIV. Participavam dessa Liga o imperador, a maioria dos príncipes alemães, a Suécia, a Espanha, Savóia e os Países Baixos. A Revolução Inglesa de 1688 colocou no trono britânico Guilherme de Orange, arquiinimigo de Luís XIV, que juntou-se à Liga. Essa coalização deixou a França isolada. Os Tratados de Ryswick em 1697 puseram fim à guerra. Luís XIV conservou Estrasburgo e Sarrelouis, mas devolveu quase todos os territórios que anexara após o Tratado de Nimega; reconheceu oficialmente Guilherme de Orange como rei da Inglaterra e comprometeu-se a não mais apoiar eventuais pretensões dos Stuarts ao trono inglês. A Guerra da Liga de Augsburgo pôs fim à tentativa de hegemonia francesa na Europa.
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Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714): o rei Carlos II da Espanha não tinha descendentes diretos. O imperador Leopoldo I e Luís XIV eram ambos filhos e maridos de princesas espanholas. Candidatam-se à sucessão o segundo filho de Leopoldo I, o arquiduque Carlos de Habsburgo, e o neto de Luís XIV, Filipe d'Anjou. Carlos II, último rei de Habsburgo da Espanha, deixa para Filipe d'Anjou o trono em testamento, que assume com o nome de Filipe V. Entretanto, Luís XIV determinou que Filipe V poderia ser herdeiro do trono francês, abrindo a possibilidade de formar uma grande monarquia franco-espanhola com um só soberano, o que colocava em risco o equilíbrio europeu. Em nome de Filipe V, Luís XIV invade os Países Baixos. Estes juntam-se à Inglaterra e ao Sacro Império para colocar no trono espanhol o arquiduque Carlos. O desastre francês só não foi maior porque no decorrer da guerra o arquiduque Carlos torna-se também imperador do Sacro Império (1711), provocando uma reversão no sistema de alianças. Não interessava à Inglaterra agora uma reedição de Carlos V, que fora igualmente rei da Espanha. A Inglaterra alia-se agora à França nesta guerra com o compromisso de que os Bourbons espanhóis renunciariam, em qualquer tempo, a pretender o trono francês.
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