O Monte Pascoal é um símbolo muito rico para quem quer conhecer a história do Brasil. Ele foi tomado pelos portugueses dos indígenas que lá viviam. Muitos desses indígenas morreram lutando em defesa da terra, e outros tiveram de fugir mais para o interior do território. Quinhentos anos depois, os indígenas retomaram o monte e nele construíram o Monumento à Resistência dos Povos Indígenas.
Em muitas outras regiões do Brasil, os indígenas também estão reconquistando terras das quais haviam sido expulsos por invasores. E estão conseguindo isso como resultado de sua união e organização, trabalhando em cooperação.
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As comunidades Pataxó vão receber, no dia 19 de agosto de 2001, representantes indígenas de todas as regiões do país para a inauguração do Monumento à Resistência dos Povos Indígenas, construído no Monte Pascoal, localizado na Bahia.
O monumento foi erguido na chamada Praça do Meio, área de confluência de caminhos para várias aldeias, para o centro de visitação e para o cume do monte. A praça também receberá o nome de Praça da Resistência. A inauguração se dará durante as comemorações dos dois anos de retomada do Monte Pascoal pelos seus verdadeiros habitantes.
A obra no Monte Pascoal foi concebida depois que a polícia baiana destruiu, em 4 de abril de 2000, o monumento que estava sendo erguido na aldeia Pataxó de Coroa Vermelha, em Santa Cruz de Cabrália (BA). Aquele monumento seria finalizado pelos indígenas durante uma conferência. O objetivo era marcar a passagem dos 500 anos de invasão dos territórios indígenas a partir da visão dos próprios índios. Com a repressão policial, a obra foi inviabilizada em Coroa Vermelha e transferida para o Monte Pascoal.
Na sua base circular, construída com pedras e concreto, foi reservado um grande espaço para dança. Na área mais central, emerge um mapa do Brasil, cujo perímetro feito de concreto terá grafados os nomes de todos os povos indígenas. Dentro do mapa, será cultivado um jardim de ervas medicinais, onde cada povo poderá plantar espécies comuns em suas regiões. Em torno da base circular, erguem-se cinco grandes colunas em forma de arcos que quase se encontram no alto. Elas significam os cinco séculos de resistência indígena. Feito pela própria comunidade Pataxó, que, durante todo o tempo de construção, se revezou nos trabalhos de mutirão, o monumento contou com a colaboração de dois facilitadores, o artista Dan Baron e Manoela Souza, que também participaram da construção do monumento destruído em Coroa Vermelha. Dan Baron foi o autor do monumento em memória das vítimas de Eldorado dos Carajás, na chamada curva do ?S?, local do massacre de sem-terra, no Pará.
Monumento à Resistência dos Povos Indígenas no Monte Pascoal (BA)
(Jornal Porantim, Brasília, p 4, agosto, 2001.)
Nelson Piletti, Claudino Piletti. História e Vida Integrada. ensino fundamental.
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