Napoleão Bonaparte - ascensão e queda
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Napoleão Bonaparte - ascensão e queda


Para acalmar as nações que viam em Napoleão um revolucionário, e também para atrair a simpatia da nobreza emigrada no período da revolução e consolidar sua autoridade, Napoleão instituiu o império. Não era uma monarquia, pois não havia hereditariedade, mas se assemelhava a ela.

No entanto, para afastar qualquer suspeita de absolutismo, Napoleão deveria receber o cetro do povo. Por isso, espalhou-se o velho boato de que uma conspiração de extrema-esquerda pretendia dar um golpe de Estado. Após um gigantesco plebiscito, Napoleão foi coroado imperador com uma esmagadora maioria de votos.

Em 1807, colocou à venda os títulos de nobreza, formando, assim, uma nova aristocracia, oriunda da alta burguesia que passou a deter os mais altos cargos do governo. O exército, reformado e modernizado, era o grande respaldo do governo, e o recrutamento obrigatório tornou-os o maior da Europa, com mais de um milhão de soldados.

 

 Napoleão Bonaparte transpõe o monte Branco em maio de 1800. Óleo sobre tela de Jacques-Louis David

A Inglaterra se preocupava com o crescente poderio francês, principalmente após a ocupação de Hanôver (Alemanha) por tropas francesas. Suspeitando que a França se preparava para invadi-la, a Inglaterra restabeleceu a aliança com a Rússia e, com a adesão da Áustria, Suécia e Nápoles, formou-se a Terceira Coligação.

Os franceses conseguiram derrotar os austríacos e ocuparam Viena. Nessa ocasião a Espanha aliou-se à França, mas suas esquadras foram derrotadas pela poderosa marinha britânica na batalha de Trafalgar, em 1805.

No dia 2 de dezembro de 1805, Napoleão venceu a Prússia em Austerlitz, e ela passou para o sistema de defesa francês. Em julho de 1806 formou-se a Confederação do Reno, extinguindo o Sacro Império com a renúncia de Francisco II ao trono e a submissão do Estado alemão à liderança francesa.

Entre 1806 e 1807, formou-se a Quarta Coligação, entre a Rússia, a Prússia e a Saxônia, que queria a dissolução da Confederação do Reno.

Sabendo que não poderia derrotar a Inglaterra num confronto militar, Napoleão resolveu atingi-la em sua economia. Para isso, decretou o Bloqueio Continental, em 1806, proibindo todas as nações européias de comprarem produtos ingleses. Os países ocupados, os protetorados (apoio dado a um país a outro menos poderoso) e os aliados da França tiveram de aderir ao bloqueio. Isso beneficiava a burguesia francesa, que, com reserva de mercado no continente, ampliou suas vendas e aumentou seus lucros.

Os efeitos do Bloqueio Continental se faziam sentir. Em julho de 1807, a Rússia assinou a paz de Tilsit com a França, aderindo ao bloqueio. As industrias inglesas começavam a sentir o efeito da falta de mercado.

Alguns aliados da Inglaterra, como Portugal, por exemplo, tentaram resistir às pressões francesas para que aderissem ao bloqueio. Por essa razão, Napoleão invadiu Portugal, e seu governo teve de fugir para a colônia do Brasil em 1807.  A mudança da Coroa portuguesa para o continente americano facilitou, as atividades econômicas da Inglaterra, que podia negociar diretamente com o Brasil.

A Espanha, que atravessava uma crise política, foi ocupada pelas tropas  francesas e passou a ser governada por José I, irmão de Napoleão. Mas o povo espanhol resistia, por meio da guerrilha, ao domínio estrangeiro. Napoleão começou a sentir os primeiros sinais de enfraquecimento e as dificuldades para manter todas as conquistas.

Em 1809, formou-se uma Quinta Coligação, liderada pela Áustria, que, animada pela resistência espanhola, pretendia libertar-se do domínio francês. Essa tentativa resultou em fracasso, pois o poderio do exército francês e do Império Napoleônico atingia seu ponto mais alto. Mas esse apogeu não durou muito.

Na França, o recrutamento obrigatório e as constantes guerras criavam um clima de insatisfação geral. As péssimas colheitas de 1811 aliadas ao Bloqueio Continental e à constante vigilância da marinha inglesa geraram falta de alimentos no país. Por outro lado, as industrias francesas não conseguiam suprir todos os mercados da Europa, impedidos de comerciar com a Inglaterra por causa do bloqueio. A escassez de gêneros de consumo ameaçava a estabilidade dos governos aliados da França.

Internamente, as conspirações  aumentavam: alguns realistas fundaram a organização Cavaleiros da Fé para para combater o império. Externamente, a Rússia, pressionada pela crise econômica, abandonou o bloqueio em dezembro de 1810, provocando graves tensões com a França.

Em junho de 1812, inesperadamente, Napoleão começou a invasão da Rússia. Entre agosto e setembro de 1812, o avanço francês foi tão rápido que as tropas chegaram a tomar Moscou. Mas a tática de retirada do general russo Kutuzov deixou a tropa inimiga sem abastecimento. Ao mesmo tempo, o rigoroso inverno das estepes russas ajudou a dilacerar o exército napoleônico, que, de um contingente inicial de 600 mil soldados, viu-se reduzido a 30 mil homens famintos, doentes e sem munição, em novembro de 1812. A Prússia e a Áustria, animadas com a derrota de Napoleão, aliaram-se a Rússia e moveram guerra à França.

Os países ibéricos resistiam crescentemente à presença dos franceses e contavam, ainda, com o auxílio do exército inglês. Em março de 1813, Frederico Guilherme III, rei da Prússia, declarou guerra à França. Valendo-se das técnicas militares introduzidas por Napoleão e com a adesão da Inglaterra, Suécia e Áustria, conseguiu derrotar as tropas francesas em outubro de 1813. Os soldados prussianos e os aliados perseguiram os franceses até Paris e, em março de 1814, marcharam nas ruas da cidade. Napoleão foi deposto.

PEDRO, Antonio. História de civilização ocidental. ensino médio. volume único

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