As rotas do comércio transaarino apresentavam inúmeras dificuldades: terreno acidentado, áreas montanhosas e alagadiças, grandes extensões de deserto. Para percorrê-las, era necessário utilizar animais adaptados a vários tipos de terreno e clima.
Primeiro, os povos africanos da região tentaram os bois, mas estes eram lentos e limitados; depois foi a vez do cavalo, introduzido aproximadamente em 1000 a. C. Apesar de ágil, o animal era difícil de ser encontrado e poucos podiam ter um.
A grande mudança veio quando passou a se utilizar o camelo, nos primeiros séculos da era cristã. Esse animal, fantasticamente adaptado às condições climáticas africanas, era capaz de transpor terrenos que nenhum veículo de rodas conhecido àquela época conseguiria.
Além disso, o camelo é capaz de passar um longo tempo sem beber água, o que lhe permite aguentar as longas travessias do deserto do Saara.
Com os camelos, os africanos puderam se movimentar em grandes grupos, não apenas através do Saara, mas também em direção ao sul. Aí, o domínio de uma sofisticada tecnologia de pesca e navegação possibilitou a formação de várias sociedades próximas à costa do Atlântico, onde hoje se localizam países como Angola, Namíbia, Botsuana e África do Sul.
Nessa longa história dos povos africanos, algumas sociedades se tornaram mais conhecidas em virtude de sua longevidade, poder político e econômico. Ou em virtude das relações com povos de outros continentes, como persas, gregos antigos e romanos.
Nelson Piletti, Claudino Piletti, Thiago Tremonte. História e vida integrada.
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