Preponderância Francesa na Europa - Guerra dos Trinta Anos (Parte I)
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Preponderância Francesa na Europa - Guerra dos Trinta Anos (Parte I)


As Razões do Conflito

A partir de 1618, a Europa se vê envolvida numa guerra que ficou conhecida como Guerra dos Trinta Anos. Inicialmente caracterizou-se como uma seqüência das guerras de religião que haviam ocorrido no século XVI entre os defensores da Reforma e da Contra-Reforma na Alemanha, e depois tornou-se uma guerra européia com a participação de outras potências no conflito: estados alemães, Dinamarca, Suécia, Países Baixos, Espanha e França. A Paz de Augsburgo (1555), apesar de haver regulamentado a questão religiosa na Alemanha, não eliminara totalmente as tensões. O calvinismo fizera progresso na Alemanha, muitos ex-católicos convertidos ao protestantismo desejavam confiscar os bens da Igreja em seus respectivos territórios. Instaura-se um conflito entre calvinistas, luteranos e católicos.

A União Evangélica e a Santa Liga

Em 1608 alguns príncipes protestantes, dentre os quais o eleitor do Platinado, Frederico V, e o duque de Wurtemberg, fundaram a União Evangélica. Os católicos por sua vez organizaram-se na Santa Liga (1609), da qual o principal membro foi o duque da Baviera, Maximiliano. A União Evangélica, ciente das rivalidades entre a França e os Habsburgos, busca apoio na França. A Santa Liga por sua vez procura o apoio dos espanhóis.

A Revolta contra Ferdinando da Estíria

A guerra teve por motivo uma revolta que ocorreu na Boêmia (território que corresponde, às atuais República Tcheca e Eslováquia) em 1618. Os estados Habsburgos austríacos estavam divididos entre dois soberanos, descendentes de Ferdinando I, irmão de Carlos V. Um, Matias, era imperador, e o outro seu sobrinho, Ferdinando da Estíria, rei da Boêmia. Desde o fim do século XVI os tchecos haviam se convertido ao luteranismo, e em 1609 obtiveram inteira liberdade de culto e o direito de nomear os chamados "Defensores da Fé", guardiães de seus privilégios políticos e religiosos. Ferdinando, católico, herdou o trono da Boêmia (1617) e tentou reconverter os tchecos ao catolicismo.

A Defenestração de Praga

Os nobres tchecos eram contra a restauração do catolicismo. A revolta iniciou-se quando o arcebispo de Praga determinou o fechamento de um templo protestante e a proibição de cultos em uma cidade. Os "Defensores da Fé" convocaram uma assembléia em Praga para discutir a questão. Para muitos era uma reunião pacífica, mas para outros era um pretexto para depor a dinastia Habsburgo. Em maio de 1618, invadiram uma sala do Palácio Real em Praga, onde estava reunido um conselho com quatro representantes do rei e, depois de uma violenta alteração, dois deles , os mais destacados pelo seu zelo católico, foram jogados pela janela do Palácio de vinte metros de altura. Esse episódio ficou conhecido como a "Defenestração de Praga". A situação fica mais grave quando, com a morte de Matias, Ferdinando, além de rei da Boêmia, herda a Coroa do Império (1619). Os tchecos declaram Ferdinando II deposto da Coroa da Boêmia e designam para substituí-lo o eleitor Frederico V, chefe da União Evangélica. Instigado por sua esposa Elizabeth, uma filho do rei da Inglaterra Jaime I, que afirmou "preferir comer um chucrute com um rei a comer um assado com um eleitor", Frederico aceitou. A revolta da Boêmia deixa de ser uma guerra civil e passa a ser uma revolta alemã.

continua no próximo post...

Defenestração:  ato de atirar algo por uma janela. Refere-se, contudo, mais especificamente ao ato de atirar pessoas de uma janela com a intenção de as assassinar ou no caso de suicídio.

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