Renascimento Científico (Parte III)
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Renascimento Científico (Parte III)


A Álgebra e a Anatomia

No século XVI todos os ramos da ciência tomaram um novo impulso graças às mudanças de orientação que valorizam a experimentação e a matemática. A álgebra torna-se um importante instrumento de trabalho, a anatomia se desenvolveu muito, para proveito da medicina e da cirurgia. Vessálio (1564), médico do imperador Carlos V, publicou em 1543 um importante tratado de anatomia humana. O médico espanhol Miguel de Servet (1509-1553) descobriu a pequena circulação do sangue entre o coração e os pulmões. O cirurgião francês Ambroise Paré (1517-1590) substituiu a cirurgia bárbara que se praticava por uma mais racional. Mostrou, por exemplo, que para interromper hemorragias em casos de ferimentos ou amputações, o emprego do ferro em brasa ou azeite fervente era inútil, bastando apenas fazer uma ligadura nos vasos sangüíneos. O médico Filipe von Hohenheim (1473-1541), que se autodenominava Paracelso, fez violentas críticas aos trabalhos e concepções de Galeno, propondo um tratamento específico às doenças, não aceitando a idéia do "desequilíbrio de humores". Defendeu também a utilização de produtos químicos como remédios para as doenças.

Nicolau Copérnico (1470-1543)

A mais importante descoberta científica desta época foi a de Nicolau Copérnico, que revolucionou a astronomia e teve profundas repercussões sobre todos os outros ramos do pensamento humano. Copérnico foi levado progressivamente a concluir que, contrariamente à antiga teoria de Cláudio Ptolomeu (século II), inquestionável durante a Idade Média, era a Terra que girava em torno do Sol e não o Sol em torno da Terra. O sistema de Copérnico,  conhecido como heliocentro (o Sol como centro), contrapunha-se ao sistema geocêntrico (a Terra como centro). O sistema de Copérnico subverteu todas as idéias vigentes. Ainda no início do século XVII, seus adversários fizeram interferir a autoridade religiosa, e conseguiram que seus escritos fossem condenados em 1616 por serem "contrários às Sagradas Escrituras".

Importância do Renascimento Científico

A Idade Média foi importante por ter criado  instituições de ensino como as universidades, que graças à sua organização e estrutura permitiram concentrar interessados no progresso do conhecimento do homem sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeava. Entretanto, na sua origem, as universidades estabeleceram modelos que eram virtualmente incompatíveis com o desenvolvimento de um verdadeiro espírito científico. Este fato deve-se sobretudo à subordinação sem quaisquer questionamentos aos "argumentos de autoridade", como, por exemplo, as Escrituras Sagradas, os padres da Igreja e Aristóteles, que eram as grandes fontes do saber medieval. Os poucos trabalhos práticos serviam para "provar" o que as autoridades disseram, e jamais a experiência contava para contradizer o que "autoridade" afirmou. Enfim, tudo deveria estar de acordo com as "Sagradas Escrituras". Deve-se a homens como Roger Bacon, Guilherme de Occan, Petrarca, Leonardo da Vinci, a importante mudança na mentalidade medieval. Graças a eles passou-se a dar mais importância à observação, ao experimento, e à preocupação de transformar aquilo que era objeto de estudo numa linguagem universal, a linguagem da matemática. Foi fundamental também uma saudável humildade no sentido de se negarem a entrar em discussões infinitas sobre questões metafísicas, sobrenaturais, as quais o homem não domina, e tentar entender o mundo que nos rodeia, passível de observação, medidas, experimentos. O Renascimento Científico abriu o caminho para a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII que teve como expoentes Galileu Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (1571-1630), William Harvey (1578-1657), Descartes (1596-1650) e Isaac Newton (1642-1727).

fonte: apostilas ETAPA

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