O Vietnã, assim como o Laos e o Camboja, faz parte da península da Indochina, situada no Sudeste Asiático.
Por volta de 1860 os franceses conquistaram a região interessados nas suas riquezas agrícolas e minerais. Os camponeses vietnamitas trabalhavam para os colonos franceses de sol a sol, em regime de semi-escravidão. Eles cultivavam arroz, borracha, chá e exploravam minérios, como o carvão. Os lucros obtidos pelos colonos franceses eram em sua maior parte enviados para a França. Além disso, os franceses que viviam no Vietnã não pagavam impostos.
A luta contra os franceses
Reagindo a essa situação, por volta de 1930 os vietnamitas começaram a se organizar em vários pequenos partidos, dentre os quais se destacava o Partido Comunista, liderado por Ho CHi Minh.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses invadiram a Indochina, desalojando os franceses e impondo seu domínio sobre a região. Diante disso, os vários partidos vietnamitas, liderados por Ho Chi Minh, passaram a lutar tanto contra o imperialismo japonês como contra o francês. Ao final da Segunda Guerra, em 1945, com a derrota do Japão, os vietnamitas conseguiram libertar o norte do país, onde proclamaram a República Democrática do Vietnã, com capital em Hanói.
Os franceses por sua vez, apressaram-se em recolonizar o sul do Vietnã, onde instalaram um governo obediente aos seus interesses. Os vietnamitas iniciaram então contra eles uma longa guerra de guerrilhas e, em 1954, na batalha de Diem Bien Phu, derrotaram definitivamente os franceses. Uma conferência ocorrida em Genebra, naquele mesmo ano, reconheceu o fim do domínio francês sobre o Vietnã, dividido em dois pelo paralelo 17: ao norte, o Vietnã do Norte (socialista), governado por Ho Chi Minh; ao sul, o Vietnã do Sul (pró-capitalista), comandado por Ngo Dinh Diem. Ficou decidido que em 1956 se realizariam eleições em todo o país com vistas à reunificação.
A luta contra os norte-americanos
As eleições gerais para a escolha de um só governante para todo o Vietnã não chegaram a acontecer. O ditador que governava o sul iniciou uma política de violenta repressão, especialmente contra os comunistas. Além disso, o governo sul-vietnamita tomou de volta os dois milhões de hectares de terra que haviam sido distribuídos aos camponeses durante a luta contra a França e proibiu as aldeias de elegerem seus representantes.
Reagindo a esta situação, os sul-vietnamitas organizaram, em 1960, a Frente Nacional de Libertação (FNL), liderada pelos comunistas. O braço armado da FNL era o Vietcongue, um exército guerrilheiro que recebia apoio e armas do Vietnã do Norte, da China e da União Soviética.
Percebendo que a maioria do povo vietnamita apoiava a unificação do Vietnã sob o regime comunista, o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, enviou, em 1961, armamentos e milhares de soldados para o Vietnã do Sul, precipitando, assim, o início da Guerra do Vietnã. De um lado, lutavam os guerrilheiros do Vietcongue e o exército do Vietnã do Norte; do outro, as forças militares norte-americanas e o exército do Vietnã do Sul. Mais de 500 mil soldados norte-americanos participaram do conflito.
As enormes perdas humanas, os recentes protestos contra a guerra e a impossibilidade de vencer o povo vietnamita levaram o governo dos Estados Unidos a retirarem as tropas do Vietnã, em 1973. A guerra, no entanto, prosseguiu por dois anos ainda, quando as forças socialistas ocuparam Saigon (atual Ho Chi Minh), a capital do Vietnã do Sul. Em 1976, foram realizadas eleições gerais e o país foi unificado com o nome de República Socialista do Vietnã, com capital em Hanói.
Nas duas últimas décadas, o governo socialista instalado no Vietnã vem adotando uma política mais flexível e intensificando suas relações comerciais com os países capitalistas, inclusive com os Estados Unidos.
Pense Nisso: Os guerrilheiros vietcongues atacavam e desapareciam na mata, escondendo-se em túneis enormes, que escavavam embaixo da selva. Os norte-americanos respondiam com armas químicas, que destruíam a vegetação, eliminando os esconderijos. O agente laranja (que desfolhava as plantas) e o napalm (que incendiava as florestas) eram armas terríveis:o agente laranja é cancerígeno; o napalm é uma substância que se cola à pele e queima sem parar. Essas armas, além de matar e mutilar milhares de pessoas - não apenas soldados, mas também civis -, trouxeram conseqüências quase irreparáveis para o meio ambiente. |
BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental.
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