A Ásia
Ao invadir várias colônias durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão provocou a formação de movimentos de luta pela libertação. Com a derrota do Japão, esses movimentos de libertação continuaram agindo, agora não mais contra o invasor japonês, mas contra o dominador colonialista inglês, francês e holandês.
Indochina
Desde a ocupação japonesa, no início da década de 1940, havia já um movimento de resistência organizado no Vietnã por Ho Chi Minh. Após a derrota dos japoneses, foi formada a República Popular do Vietnã, com capital em Hanói, e uma proposta socialista de sociedade.
A região Sul, nas mãos das tropas inglesas, foi devolvida à França. Os colonialistas franceses não podiam admitir a existência de um país socialista em sua ex-colônia e tentaram invadir a República Popular do Vietnã (Vietnã do Norte). Apesar de sua superioridade técnica, os franceses foram derrotados pela resistência dos vietnamitas na famosa batalha de Dien Bien Phu.
Enquanto isso, na região Sul, com capital em Saigon, o governo títere (manipulado) apoiado pela França não conseguia deter a crescente agitação anticolonialista. Em 1955, os Estados Unidos começaram a intervir na região para tentar deter o avanço do movimento guerrilheiro.
Na década seguinte ocorreu uma maciça intervenção militar dos Estados Unidos para frustrar o movimento revolucionário e antiimperialista. Apesar das manifestações dos jovens norte-americanos para que seu país se retirasse do conflito, os Estados Unidos permaneceram na região até março de 1973. Depois de ter lutado durante anos uma guerra desigual e sanguinária, o Vietnã ficou quase destruído.
Apesar de o acordo que pôs fim à guerra estipular um governo de co-gestão entre o vietcongue (movimento guerrilheiro do Vietnã do Sul) e o governo militar da Van Thie (apoiado pelos Estados Unidos), este último não respeitou o tratado. O conflito interno estendeu-se até 1975 e terminou com a vitória das forças socialistas e a unificação de país (1976).
Nos dias de hoje, o Vietnã é um dos poucos países que mantém um sistema socialista. Mas sua economia está abrindo, principalmente depois do reatamento de relações com os Estados Unidos, em 1995.
Índia
O movimento pró-independência na Índia ganhou corpo rapidamente depois da Primeira Guerra, sob a liderança de Gandhi que preconizava a resistência pacífica, ganhando muitos adeptos. Mas a resistência pacífica de Gandhi foi duramente reprimida pela Inglaterra, e o movimento pela independência fracassou naquele momento.
A Segunda Guerra Mundial e a crise que provocou em todo mundo, aliadas à insistência de Gandhi, fizeram com que a Inglaterra prometesse a emancipação da Índia.
Entre 1945 e 1947, o país passou por graves distúrbios sociais, entre eles o assassinato de Gandhi. Em 1947, a Inglaterra reconheceu a independência do país sob a direção de Nehru, discípulo de Gandhi.
Ainda hoje a situação da Índia é bastante crítica, pois as estruturas de país dependente persistem. Grande parte das antigas seitas religiosas estão em pleno vigor e impedem a diminuição da miséria, perpetuando o poder da burguesia hindu. Apesar disso a Índia conseguiu criar alguns pólos de desenvolvimento e um relativo avanço econômico e tecnológico, embora a miséria persista para a maioria da população.
No conflito com o Paquistão, que vem desde a independência, as armas atômicas sempre são uma ameaça. No plano econômico, apesar da miséria reinante, a Índia é considerada hoje uma das futuras potências mundiais, ao lado da China. A Índia é um dos maiores produtores de programas de computador do mundo.
Indonésia
Também na Indonésia, colônia holandesa, a invasão japonesa propiciou a formação de uma frente político-militar antiimperialista. Vencido o invasor, proclamou-se a independência do país em 1945.
A Inglaterra e os Estados Unidos tentaram impedir a desagregação da colônia holandesa, mas a resistência dos patriotas indonésios venceu também os povos invasores. A direção da república coube a Achmed Sukarno, que instaurou uma ditadura pessoal a partir de 1959.
Entretanto, os movimentos reivindicatórios de tendências socialistas prosseguiram, fato que provocou um golpe de Estado, em 1965, por setores direitistas do exército. Iniciou-se uma violenta repressão política, que assassinou cerca de 600 mil pessoas.
Com a maior população islâmica do mundo, a Indonésia foi governada com mão de ferro pelo ditador Suharto que assumiu o poder em 1967. A expansão econômica que atingiu a Ásia acabou por forçar a democratização, no final da década de 1990.
O processo de reformas democráticas na Indonésia favoreceu a independência do Timor Leste, antiga colônia portuguesa ocupada pela Indonésia desde 1975. Em 2002 tomou posse o primeiro governo independente do Timor Leste, presidido por Xanana Gusmão.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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