O tráfico negreiro provocou um dos maiores deslocamentos populacionais da história da humanidade. O banco de dados coordenados pelo professor David Eltis, da Universidade de Emory, nos EUA, mostra que, entre os séculos XVI e XIX, mais de 12,5 milhões de africanos foram escravizados e exportados para a América. Europa e algumas ilhas do oceano Atlântico. Desses, cerca de 10,7 milhões chegaram vivos ao fim da travessia.
Foi no século XV, quando os portugueses abriram caminho para a exploração da costa da África subsaariana, depois de cruzarem o cabo Bojador, em 1434 que tudo começou. Ao longo dos anos seguintes, os navegadores lusitanos avançaram cada vez mais rumo ao sul, até atingirem na década de 1470, a baía de Biafra, na região dos atuais Camarões e Nigéria. Nessa época, a mão-de-obra africana ainda não era tão cobiçada. O principal objetivo dos europeus era buscar terras, mercados, ouro e uma rota marítima alternativa para o Oriente.
Foi só após a conquista das ilhas do Atlântico que o trabalho forçado de africanos começou a se difundir. Em São Tomé foi implantado , pela primeira vez, o modelo de exploração mercantilista que mais tarde vingaria em boa parte das Américas, baseado no tripé grande propriedade, monocultivo e trabalho escravo. Essas ilhas e, em menor escala, o próprio continente europeu, eram os principais pólos de uma fraca demanda por africanos até princípios do século XVI.
O pioneirismo rendeu aos portugueses um predomínio quase absoluto nos primórdios do tráfico. O primeiro concorrente foi o reino de Castela, atraído pelo comércio de escravos e pelo ouro, que recorreu ao papa para reivindicar o direito de também fazer negócios na costa africana. Sua santidade, contudo, deu ganho de causa aos portugueses, e confirmou a primazia dessa nação no continente.
Os portugueses permaneceriam senhores incontestes da costa ao longo de todo século XVI, quando a conquista da América aumentou significativamente a demanda por escravos. Essa situação começou a mudar no século XVII, com o surgimento da concorrência de franceses e ingleses. Por essa época, o tráfico transatlântico já havia se transformado em uma indústria, que iria crescer cada vez mais, até atingir o ápice no século XVIII. Seu declínio começaria no século XIX, com a proibição do trânsito de navios negreiros no Atlântico.
Escravos exportados da África
O total dessas exportações ou tráfico é de 12.521.337 escravos, e o desembarque foi feito em várias regiões tais como:
Esses número somam um total de 10.711.516, a diferença encontrada entre o número de exportações e o de desembarque é a de escravos mortos durante a viagem. São 1.809.821 pessoas mortas pelos mais variados motivos.
Manolo Florentino
fonte:revista História Viva. ano VI. n° 66
Diáspora
O termo diáspora define o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento. O termo "diáspora" é usado com muita frequência para fazer referência à dispersão do povo hebreu no mundo antigo, a partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 135 d.C.
Em termos gerais, diáspora pode significar a dispersão de qualquer povo ou etnia pelo mundo.
fonte: Wikipédia
Assine nosso feed. É Grátis.