O desenvolvimento do capitalismo que, ocorreu na Europa na segunda metade do século XIX, criou a necessidade de buscar novos mercados de investimentos para o capital excedente gerado na Europa, garantindo o escoamento da gigantesca produção industrial e o fornecimento de matéria-prima.
Existiam, ainda, outros fatores que tornavam a política colonialista atraente para os governos europeus: a possibilidade de transferir colonos para as regiões conquistadas, resolvendo o problema de superpopulação na Europa. Além disso, a mão-de-obra barata das colônias interessava aos investidores, pois a classe trabalhadora européia, organizada em poderosos sindicatos e partidos políticos, tinha conseguido garantir bons salários e melhores condições de trabalho.
A propaganda que justificava o imperialismo baseava-se nas teorias científicas da época, pautadas no evolucionismo social. Essas teorias, em geral, estabeleciam hierarquia entre os diferentes povos, classificados como "mais ou menos civilizados" O primeiro lugar, cabia à sociedade européia, modelo para o resto do mundo. Assim, a dominação de outros povos seria uma contribuição para o progresso da humanidade. Em outras palavras, a conquista deveria ser vista como algo de bom, pois os europeus estavam levando a civilização para os povos indígenas, atrasados e incivilizados. Segundo o ponto de vista europeu.
A conquista da Ásia
O comércio entre Ásia e Europa remontavam ao Império Romano. A Ásia era tradicionalmente fornecedora de artigos de luxo para o continente europeu.
Após a Revolução Industrial, essa relação se alterou. A expansão da indústria têxtil inglesa provocou a estagnação do artesanato asiático. Depois disso, a Ásia passou de vendedora a compradora dos produtos europeus, especialmente os britânicos. Esse foi o primeiro passo para a conquista colonialista européia.
Já na segunda metade do século XVIII, a Inglaterra iniciou a colonização da Índia. Após conquistar o litoral, o governo inglês, auxiliado pela Companhia das Índias Orientais, iniciou a investida para o interior. Valendo-se das rivalidades que dividiam os principais estados da Índia, a Inglaterra, ora aliando-se, ora dominando pela força, impôs sua autoridade sobre todos os reinos. Para garantir a supremacia britânica sobre a Índia, a Inglaterra fomentou a formação de "Estados intermediários", independentes mas sob a proteção britânica, isolando as fronteiras do Império Colonial Inglês das regiões disputadas por outras potências. Foi o caso do Nepal (1816), do Butão (1865) e do principado de Sikkin (1890).
Em 1857, estourou a revolta dos sipaios, uma das mais sérias tentativas de resistência à conquista britânica, duramente reprimida pelo Exército colonialista. Em 1876, a rainha Vitória da Inglaterra, foi coroada imperatriz da Índia. O domínio britânico na Índia permaneceu inabalável até 1919.
Até a metade do século XIX, o comércio da China com o Ocidente era realizado em sua maioria no porto de Hong-Kong. Os europeus nada tinham a vender aos chineses em troca de grandes quantidades de chá, seda e outras mercadorias. A situação se modificou quando a Companhia das Índias Orientais passou a contrabandear ópio para a China. O ópio era produzido na Índia e na Birmânia, em grandes plantações exploradas pelos europeus, e seu tráfico para a China gerava enormes lucros.
O governo chinês apelou para o governo inglês, na tentativa de evitar o contrabando. Como não obtivesse resultados, tomou medidas mais enérgicas: em 1839, na cidade de Cantão, foram queimadas 20 mil caixas de ópio. A Inglaterra reagiu prontamente, declarando guerra à China.
Vencido pelo poderio naval inglês, o governo chinês assinou o Tratado de Nanquim, em 1842. A Inglaterra anexou Hong-Kong ao seu império. Cinco portos chineses foram abertos ao comércio inglês e os cidadãos ingleses tornaram-se imunes às leis e à justiça chinesa.
Depois dessa derrota a China se transformou em alvo de outras potências imperialistas. Em fins do século XIX, Inglaterra, Alemanha, Japão, Estados Unidos, França e Itália dividiam entre si os lucros vindos da exploração chinesa.
Em 1851, estourava na China uma grande revolta popular, liderada pelo movimento Taiping, "a grande paz". Essa revolta só foi debelada em 1864. Mas sua herança não se perdeu e, em 1901, outro movimento estourava na China: era a Revolta dos Boxers, assim conhecida porque seus integrantes utilizavam-se das artes marciais chinesas para atacar os europeus. Também foi duramente reprimida.
Na segunda metade do século XIX, o Sudeste asiático foi reduzido à condição de colônia francesa. Em 1859, após 57 anos de lutas, a França conseguiu dominar Saigon (atual Ho Chi Min). Pouco tempo depois, valendo-se da rivalidade entre os governos do Camboja e do Sião, o império colonialista francês converteu o Camboja em seu protetorado (1863). Com o avanço das fronteiras colonialistas francesas para o oeste, a Inglaterra impôs sua autoridade à Birmânia (1886).
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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