O homem surgiu no continente africano. Depois, ocupou a Europa, a Ásia, a Oceania e a América.
Os primeiros homens que chegaram ao continente americano já eram da espécie Homo sapiens. De fato, não foram encontrados aqui fósseis de outras espécies do gênero Homo.
Todos os fósseis humanos encontrados têm menos de 15 mil anos. Isso indica que a espécie humana teria chegado ao continente em época relativamente recente.
Todavia, ainda não se conseguiu esclarecer com precisão como e quando isso teria ocorrido.
O fato é que a espécie humana ocupou praticamente todo continente, adaptando-se aos mais variados ambientes naturais: florestas equatoriais, regiões muito frias e muito quentes, altas montanhas e planícies, planaltos áridos, áreas costeiras.
A América, prolongando-se praticamente de um pólo a outro, apresenta as mais variadas latitudes, climas e coberturas vegetais. Nesse ambiente variado, o homem criou diversas formas de organização social e encontrou soluções para problemas singulares de sobrevivência. Quando os europeus aqui chegaram, há pouco mais de quinhentos anos, encontraram um mosaico de povos e culturas. Alguns tinham organizado impérios e erguido grandes cidades. Isso significa que, desde a chegada de primitivos caçadores nômades até a denominada descoberta da América pelos europeus, as sociedades que se desenvolveram no continente percorreram caminhos culturais próprios. A agricultura, por exemplo, uma das mais fundamentais descobertas do homem, surgiu na América de forma independente e alcançou, com os povos andinos, um altíssimo nível de desenvolvimento. O mesmo se pode dizer da cerâmica da tecelagem e de muitas outras conquistas culturais.
A origem do homem americano
Já há alguns anos, a hipótese mais aceita para a origem do homem americano é a que propõe que os primeiros grupos de caçadores pré-históricos teriam chegado à América, procedentes da Ásia, pelo estreito de Behring.
Estreito de Behring. imagem: Google maps
No último período glacial havia, segundo os geólogos, um desnível de mais de cem metros em relação ao nível atual do mar. Vale dizer que o Alasca era ligado à Sibéria, permitindo a passagem de animais e homens de um continente para outro por terra firme.
Esse mesmo frio, formando imensas geleiras continentais, manteve bloqueado o caminho para o sul entre aproximadamente 27 mil e 13 mil anos atrás.
Por volta dessa última data, a região a leste das Montanhas Rochosas, na América do Norte, já estava povoada por exímios caçadores, conhecedores de uma eficiente técnica de preparo de artefatos de pedra (cultura de Clóvis). Essas técnicas líticas seriam semelhantes às usadas na Sibéria, indicando a procedência desses primitivos povoadores.
Todavia, não está descartada a hipótese de migrações anteriores à referida glaciação. Em favor dessa teoria, existem artefatos mais primitivos do que os da denominada cultura de Clóvis, com datas mais antigas, de acordo com os testes de carbono 14.
Novos métodos de investigação tem permitido levantar dados e questões que, sem negar a hipótese da origem do homem americano, apontam para um quadro mais complexo no processamento de povoamento da América.
O professor Walter A. Neves, do Departamento de Biologia da Universidade de São Paulo e do Departamento de Ecologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, publicou, no número 86 da revista Ciência hoje, um artigo no qual faz um balanço dos atuais conhecimentos sobre a questão da origem do homem americano e do processo de povoamento da América.
Esses conhecimentos estão baseados em métodos diferentes, permitindo o cruzamento de resultados para verificar até que ponto eles tomam a mesma direção e o que podem significar as conclusões divergentes.
As informações deste texto estão baseadas principalmente no referido artigo.
Os códigos genéticos
Os estudos sobre a composição genética dos indígenas americanos, realizados desde a década de 1950 e que se tornam cada vez mais sofisticados, apontam para uma origem exclusivamente asiática do homem americano. Segundo esses mesmos estudos, a ocupação teria ocorrido no sentido norte-sul.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único
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O Estreito de Behring
O Estreito de Behring é um estreito entre o Cabo Dezhnev, o ponto extremo oriental do continente asiático e o Cabo Prince of Wales, o extremo ocidental do continente americano, com cerca de 85 km de largura e uma profundidade de 30?50 m. O estreito liga o Mar Chukchi (parte do Oceano Ártico), no norte, com o Mar de Behring (parte do Oceano Pacífico), no sul. Tem o nome do explorador Vitus Jonassen Behring, nascido na Dinamarca e de nacionalidade russa, que atravessou o estreito em 1728. As Ilhas Diomedes situam-se exatamente no meio do Estreito Behring. Durante as últimas glaciações, com a recessão da água dos oceanos, a área do estreito transformou-se numa ponte natural entre a Ásia e as Américas, denominada atualmente Ponte Terrestre de Behring, por onde poderiam ter chegado à América os povos que primeiro a colonizaram. Sugestões foram feitas para a construção de uma ponte sobre o Estreito de Bering, entre o Alasca e a Sibéria, aclamada por alguns como a Ponte Intercontinental da Paz, e, alternativamente, para a construção de um túnel sob o estreito.
fonte: google maps