O governo de Mauricio de Nassau
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O governo de Mauricio de Nassau


Para administrar as novas posses, a Companhia das Índias Ocidentais enviou para o Brasil o conde João Maurício de Nassau-Siegen, militar culto. Ele ocupou durante o período em que esteve no Brasil, o cargo de governador-geral e era assessorado por três membros da Companhia das Índias Ocidentais.

João Maurício de Nassau-Siegen

 

Já no início de sua administração, Nassau procurou, simultaneamente, consolidar a posição militar das posses holandesas e garantir o fornecimento de escravos. O primeiro objetivo foi atingido com a fundação de um forte nas margens do rio São Francisco. O segundo se efetivou com a tomada de importantes regiões fornecedoras de escravos na África. Mantendo um bom relacionamento com os senhores de engenho, Nassau deu créditos para a reativação da produção do açúcar. Rapidamente, o fornecimento foi restabelecido e a Holanda voltou a distribuir o produto na Europa.

A acumulação de riquezas da Companhia das Índias Ocidentais refletia-se na administração e na reconstrução de Recife, a capital do Brasil holandês. Nassau teve a habilidade de convidar alguns senhores de engenho para participar da administração.  Não lhes deu cargos importantes, mas não ignorava suas reivindicações. Manteve sempre uma tolerância religiosa, sem obrigar os colonos luso-brasileiros a converterem-se ao protestantismo dos holandeses.

Procurando compreender o Brasil, o calvinista intelectual João Maurício de Nassau mandou vir da Holanda 46 estudiosos, pintores e cientistas para estudar e registrar as características da terra. Nassau teve a curiosidade despertada pela rica fauna e pelas belezas naturais da região. Os holandeses foram pioneiros nesse tipo de estudo sobre o Brasil. Os pintores Frans Post e Albert Eckhout deixaram belíssimas pinturas da colônia holandesa nordestina. Os cientistas estudaram doenças tropicais e sua possível cura. O primeiro observatório astronômico das Américas foi construído em Recife. Maurício de Nassau tentou ainda dar maior autonomia econômica à colônia para não depender em demasia do mercado externo.

Toda essa relação harmônica entre holandeses e senhores de engenho luso-brasileiros não sobreviveu às transformações ocorridas na Europa.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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