Rodrigues Alves - Transformações e Crise
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Rodrigues Alves - Transformações e Crise


Até a década de 1920, a República Velha, como ficou conhecido o período até a Revolução de 1930, sofreu transformações. No entanto, suas estruturas básicas pareciam permanecer inalteradas.

Quando o paulista Rodrigues Alves tomou posse como o novo presidente, uma de suas primeiras ações foi remodelar o Rio de Janeiro, capital da República. O engenheiro Pereira Passos no cargo de administrador da cidade iniciou a abertura de ruas, renovação dos portos, novas formas de iluminação etc. Tudo para aparelhar a cidade para o fluxo de carros movidos a gasolina, navios que chegavam e saíam do movimentado porto do Rio. A reforma da cidade custou caro, principalmente às populações pobres que viviam nos cortiços do centro da cidade: os aluguéis subiram, famílias inteiras foram despejadas de suas casas.

 A cidade precisava ser reformada também na saúde. Por isso designou-se o Dr. Osvaldo Cruz, diretor da Saúde Pública, como encarregado pelo saneamento e combate às doenças na capital.

A Revolta da Vacina

Na manhã de 9 de novembro de 1904, os jornais da capital federal, a cidade do Rio de Janeiro, estamparam o decreto que tornava obrigatória a aplicação da vacina contra a varíola. O decreto dizia que todas as pessoas acima de seis meses de idade deveriam ser vacinadas. Não havia escolha: todos deveriam ser vacinados, à força policial se preciso fosse. A reação foi imediata. A população não queria aceitar essa imposição. A cidade viveu seis dias de manifestações, agitações e depredações. Somente no dia 16 de novembro, depois de violenta repressão, a rebelião foi controlada.

O número de mortos nunca foi conhecido. A rebelião, que durou seis dias, só foi aparentemente uma revolta contra a vacinação obrigatória.

Na verdade, foi uma revolta contra a miséria.

Valorização do café

As fazendas de café produziam mais do que o consumo mundial. Essa sobra de café no Brasil fazia com que os preços do produto no mercado mundial baixassem mais ainda. Era preciso tomar sérias decisões para defender os interesses dos cafeicultores. Para manter a taxa de lucro, os três maiores estados produtores de café promoveram o chamado Convênio de Taubaté, numa reunião que se deu em fevereiro de 1906.

O acordo firmado na ocasião tinha um objetivo básico: valorizar artificialmente o principal produto de exportação, o café. O convênio estabelecia que os governos estaduais tomariam empréstimos de bancos ingleses e americanos e comprariam a safra de café, estocando o produto e fornecendo pouco a pouco ao mercado, mantendo artificialmente o preço.

O governo institui uma nova taxa às novas plantações para desestimular a expansão dos cafezais, contribuindo assim para que o preço do produto se mantivesse alto.

Quem pagaria as dívidas aos grandes bancos estrangeiros? Evidentemente, os governos estaduais. E para pagar essas dívidas os governos aumentariam os já pesados impostos sobre a população. Esse processo ficou conhecido como a socialização das perdas.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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