Durante o governo JK, a burguesia brasileira associou-se ao capital estrangeiro e obteve grandes lucros. Banqueiros, empreiteiros, comerciantes e grandes industriais estavam plenamente satisfeitos com o governo.
No entanto, a direita mais reacionária, ligada aos militares e à UDN, sentia-se ameaçada pelos movimentos populares estimulados pelas liberdades democráticas de que o país gozava. Em fevereiro de 1956, por exemplo, um oficial da aeronáutica, major Veloso, fez uma tentativa de rebelião armada na base de Jacareacanga, no Pará. Juscelino, com habilidade, conseguiu impedir a revolta.
A direita atuava mais na área parlamentar e tinha como líder o já famoso Carlos Lacerda, que havia organizado o chamado Clube da Lanterna. A esquerda, por sua vez, criou a Frente de Novembro, para combater o lacerdismo golpista.
O movimento operário, sob forte influência do PTB e de Jango, estava submetido ao controle do Estado por meio da estrutura sindical herdada do Estado Novo. No entanto, era capaz de organizar grandes greves, como a Greve dos 400 mil, em São Paulo, no ano de 1957.
O movimento estudantil, organizado na UNE (União Nacional dos Estudantes), ligada ao Partido Comunista, dava importante apoio à esquerda petebista. De modo geral, fazia parte de uma frente antiimperialista e estava ligado ao Iseb (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), que tinha como objetivo elaborar uma ideologia legitimadora da política desenvolvimentista. De acordo com o Iseb, o desenvolvimento econômico seria a única forma de evitar a revolução, promovendo a melhoria nas condições de vida da população mais pobre.
Juscelino, afinado com essa visão, escreveu para o presidente dos Estados Unidos, Eisenhower, propondo a Operação Pan-Americana: os países desenvolvidos deveriam ajudar a erradicar o subdesenvolvimento no continente como remédio contra a agitação social e possíveis movimentos revolucionários. O governo dos Estados Unidos na época não concordava com essa visão. No clima da Guerra Fria, o governo dos Estados Unidos considerava que a força militar era o melhor meio de evitar a revolução.
No entanto, as propostas de Juscelino inspiraram, algum tempo depois, a chamada Aliança para o Progresso, de John Kennedy
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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